Como combater a sobrecarga de trabalho e promover o bem-estar dos colaboradores
Sobrecarga de trabalho é um problema que toda empresa deseja evitar, especialmente depois de conhecer as complicações associadas. Além de trazer prejuízos para o bem-estar dos colaboradores, a sobrecarga pode gerar diversos gargalos e impasses na rotina organizacional.
Uma equipe ou um colaborador entra em situação de sobrecarga no ambiente de trabalho quando as tarefas não são delegadas corretamente. Isso pode ser uma falha no planejamento, consequência de alto turnover ou absenteísmo ou problemas na atribuição de responsabilidades aos cargos.
Em todos os casos, saber como combater a sobrecarga de trabalho pode transformar a rotina da sua organização e trazer diversos benefícios. Saiba mais sobre o assunto e descubra como promover o bem-estar dos colaboradores sem excessos de tarefas.
O que é sobrecarga de trabalho?
Sobrecarga de trabalho é o excesso de demandas no ambiente corporativo, a ponto de trazer prejuízos ao bem-estar de uma pessoa, como cansaço extremo e dificuldade de executar bem as funções cognitivas. Essa fadiga pode surgir por acúmulo de tarefas ou funções, prazos apertados e muitas exigências.
Quais são os principais impactos da sobrecarga de trabalho?
Quando uma pessoa trabalha demais, a carga cognitiva se torna ainda mais alta. Na prática, isso significa que a atenção, a memória e as funções de uma pessoa ficam comprometidas, já que precisam ser divididas entre muitas atividades. A longo prazo, isso pode trazer sérias consequências para a saúde física e mental de um profissional, dentro e fora do trabalho. É daí que surgem várias doenças ocupacionais, se tornando um problema que a empresa precisa combater.
No entanto, para evitar que a situação chegue a esse ponto, é importante adotar medidas que auxiliem o cuidado com a saúde e o bem-estar dos colaboradores. Para entender o papel da empresa no combate à sobrecarga de trabalho, vale a pena observar os impactos que esse problema pode causar no ambiente organizacional.
- Redução da produtividade
Um dos primeiros efeitos da sobrecarga de trabalho em um ambiente organizacional é a diminuição da produtividade. Esse é um efeito com diversos impactos, causado pela estafa mental dos colaboradores.
Quando as pessoas estão muito ocupadas, dificilmente conseguem lidar com todas as demandas que os gestores ou a empresa colocam sob suas responsabilidades. Com isso, mais tarefas ficam pendentes ao longo da rotina. A sobrecarga ocupacional, quando é frequente, favorece o estresse no trabalho. Afinal, o cansaço altera o humor que, consequentemente, afeta também a motivação na rotina da empresa.
O Runrun.it realizou uma pesquisa sobre a relação entre estresse e Síndrome de Burnout com profissionais de diferentes áreas. Nesse levantamento, 54% das pessoas relataram que a qualidade do trabalho foi diminuída com a sobrecarga ocupacional e 38% notaram que a eficiência nas atividades caiu.
A redução da produtividade também pode ser causada pela Síndrome de Boreout. Esse é um problema presente nas rotinas monótonas e má gestão de processos, que induz os colaboradores a sentirem tédio, desmotivação e falta de conexão com o ambiente de trabalho. Consequentemente, o comprometimento com as tarefas é cada vez menor.
- Esgotamento e Burnout
Quando essa sobrecarga de trabalho perdura, os colaboradores, aos poucos, vão gastando excessivamente sua energia. Em algum momento, os profissionais chegam ao ponto de esgotamento mental.
Empresas que contam com muitos colaboradores em situação de exaustão estão falhando na gestão de processos. Além disso, podem prejudicar o bem-estar dos profissionais, uma vez que aumentam a predisposição à Síndrome de Burnout, conhecida também como esgotamento profissional.
Essa condição foi oficializada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional crônica, que afeta cerca de 30% dos brasileiros. Atualmente, faz parte da CID-11, descrita como um quadro que vem de exigências a ponto de causar desgaste mental excessivo no paciente.
Para os profissionais, a Síndrome de Burnout, além de ser uma condição prejudicial à qualidade de vida, pode acarretar outros transtornos, como depressão e ansiedade. Para as empresas, os problemas do aumento de casos de profissionais em esgotamento são a elevação do absenteísmo, o desequilíbrio na rotina do negócio e os gastos extras com soluções, como plano de saúde.
- Dificuldade de tomada de decisão
As mudanças na atenção, na memória, na qualidade de vida e no humor também afetam a capacidade de tomada de decisão dos colaboradores. Essa é uma adversidade que pode gerar atrasos nos processos, perda de oportunidades e má gestão de processos. Até mesmo a liderança que gerencia equipes sobrecarregadas tem dificuldade em tomar decisões. Afinal, como delegar novas demandas a profissionais que já estão extremamente ocupados e cansados?
Vale a pena destacar que as pessoas envolvidas em uma decisão não são apenas os gestores e indivíduos na posição de liderança. Isso porque é necessário garantir o engajamento das equipes para colocar em prática as escolhas realizadas na empresa.
Ainda que os líderes e gestores não estejam sobrecarregados, o problema de esgotamento mental das equipes também traz impacto no trabalho desses profissionais em cargos de liderança, uma vez que podem enfrentar desafios, como:
- aumento do absenteísmo das equipes
- atrasos
- dificuldade em delegar novas demandas.
- Queda na qualidade de vida
É complicado manter a qualidade de vida sem um descanso efetivo. Profissionais que vivenciam a sobrecarga de trabalho enfrentam maiores desafios em encontrar a harmonia entre a vida pessoal com a carreira, assim como se desconectarem do ambiente organizacional após o fim da jornada de trabalho.
Como consequência, podem apresentar comportamentos e sinais que diminuem a qualidade de vida, como:
- mau humor persistente
- falta de motivação para atividades prazerosas e relaxantes
- má qualidade de sono
- baixa realização pessoal e profissional
- dificuldade para manter a vida social e se dedicar a relações interpessoais
- mudanças na alimentação e na movimentação do corpo.
Até mesmo quando os profissionais não chegam ao limite, em estado de Burnout, podem ter prejuízos na qualidade de vida. Isso é o que os especialistas chamam de burnon, quadro no qual os colaboradores chegam à beira da estafa mental, mas não atingem o ponto de exaustão completa. Embora não seja um transtorno reconhecido, pode ser igualmente prejudicial ao bem-estar.
- Aumento da rotatividade
Ambientes de trabalho muito exigentes não conseguem reter talentos com facilidade. Afinal, os profissionais estão sempre no limite e precisam atuar sob pressão, com poucos retornos satisfatórios para a carreira e a vida pessoal.
Nesses casos, é comum que esses colaboradores busquem oportunidades melhores no mercado de trabalho. Ou, em casos mais extremos, prefiram o desemprego, em vez de se manterem em um local que sobrecarrega a mente e o emocional. Ambos os casos contribuem para o aumento da taxa de turnover.
As empresas que não solucionam os problemas de sobrecarga de trabalho passam por uma maior rotatividade de profissionais e precisam lidar com novas demandas. Isso porque, além de custos com a demissão e contratação de novos talentos, há atrasos na produtividade e os riscos de elevar a carga ocupacional dos membros que continuam nas equipes.
Fica claro que a sobrecarga pode ser uma bola de neve no ambiente organizacional, exigindo soluções extras dos gestores para evitar maiores complicações. Evitar que esse problema seja frequente na rotina da empresa pode ser mais eficiente, gerar menos custos e garantir o bem-estar dos profissionais.
Como gerenciar a carga de trabalho de forma eficiente?
Saber como resolver a sobrecarga de trabalho e prevenir complicações de saúde é a melhor iniciativa que um negócio pode tomar para promover o bem-estar dos colaboradores. A boa notícia é que existem diversas medidas que podem ser implementadas para conquistar isso.
Para começar, aprimorar a gestão de pessoas e equilibrar a delegação de tarefas pode ajudar a diminuir os excessos para cada profissional. Além disso, o uso da tecnologia (comointeligência artificial), o controle eficiente dos processos e a qualidade da comunicação podem trazer resultados benéficos.
Confira outras dicas para melhorar a gestão da carga de trabalho das equipes.
Ofereça benefícios corporativos
Não é apenas dinheiro que recompensa o trabalho de um profissional — para 92% dos profissionais brasileiros, o bem-estar é tão importante quanto o salário. Os benefícios corporativos têm um forte peso na decisão de onde trabalhar e, sobretudo, o quanto se dedicar às tarefas.
Uma empresa inovadora e que se preocupa com o bem-estar das equipes vai além de benefícios como assistência médica e odontológica. Os negócios que realmente desejam atrair e reter talentos sabem que os colaboradores querem programas que ofereçam mais qualidade de vida, como:
- atividades de lazer
- esportes
- exercícios físicos
- psicoterapia
- arte e cultura
- terapias holísticas.
Ao conhecer o perfil dos colaboradores da empresa e oferecer benefícios que atendam às suas necessidades e expectativas, é possível melhorar o engajamento profissional, aliviar o estresse entre as equipes e reduzir a rotatividade. Não pode ficar de fora também a capacidade de prevenção das doenças de trabalho, que deve estar entre as prioridades da gestão de pessoas.
Invista em tecnologia
Uma das causas da sobrecarga de trabalho pode ser o excesso de tarefas manuais e repetitivas, que podem ser automatizadas com bons investimentos em tecnologia, como, por exemplo, através do uso de inteligência artificial. O melhor de tudo é que, atualmente, não é necessário desembolsar muito dinheiro para investir em ferramentas digitais de qualidade.
Investir em tecnologia é também melhorar a cultura organizacional e oferecer melhores ferramentas de trabalho para os profissionais. Para isso, é fundamental analisar as necessidades da empresa e formar parcerias com empresas especializadas nas funcionalidades que a rotina do negócio precisa para ser otimizada.
A opinião dos colaboradores, nesse contexto, faz toda a diferença. Com um levantamento entre as equipes, é possível identificar o que causa mais cansaço nas atividades diárias e reconhecer quais tarefas podem ser automatizadas e otimizadas. Assim, a empresa faz melhorias contínuas e colhe ótimos retornos desses investimentos.
Faça a gestão eficiente dos processos
De nada vai adiantar investir nos melhores programas de benefícios e tecnologias, se a empresa não consegue ter uma visão completa sobre a sua rotina e identificar processos que podem ser melhorados. É a eficiência da gestão que vai ditar as regras e potencializar os resultados.
É fundamental estudar e se atualizar sobre as possibilidades de aumentar a eficiência da gestão de processos. Compreender o contexto, reconhecer as limitações da empresa e investir em estratégias para distribuir a carga de trabalho de forma equilibrada são medidas para solucionar boa parte dos problemas atuais.
Estabeleça limites
Quer uma forma melhor de evitar o esgotamento que criar uma linha que define os limites? Esse é um processo indispensável para criar relações saudáveis, seja entre as equipes, seja com o ambiente de trabalho.
Essa iniciativa pode surgir da própria empresa ao estabelecer os limites que não devem ser ultrapassados na delegação de tarefas, como:
- definição do horário de trabalho, inclusive o máximo de horas extras que os profissionais podem fazer na semana
- aumento das equipes em setores de alta demanda de tarefas
- delineamento detalhado das funções de cada cargo
- determinação do limite de atividades diárias a serem realizadas, com base no grau de dificuldade e responsabilidade
- atenção ao feedback dos colaboradores para realizar ajustes na delegação de tarefas.
Com isso, a carga de trabalho pode se tornar mais leve e menos exaustiva para os colaboradores, contribuindo para a criação de uma rotina organizacional mais harmônica.
Promova uma comunicação aberta
A melhor maneira de identificar as necessidades, receber sugestões e conhecer a experiência dos colaboradores é por meio da comunicação aberta. Esse é um elemento fundamental para os negócios que desejam ter sucesso no relacionamento com as equipes e criar processos fluidos.
Ao dar espaço para que os colaboradores apresentem suas queixas e sugestões, criar um canal de comunicação dinâmico e acessível e integrar os processos internos, é possível melhorar os diálogos entre profissionais e gestores. Com isso, torna-se mais fácil criar um plano de ação para reduzir a sobrecarga de trabalho com base na realidade da empresa.
O ROI de programas de bem-estar para aliviar a sobrecarga de trabalho
Aprender como lidar com sobrecarga de trabalho é também estudar e descobrir mais sobre os colaboradores. A partir de um olhar holístico para a força de trabalho, é possível reduzir problemas e promover o bem-estar a todos.
Os programas de bem-estar corporativo estão aí justamente para oferecer suporte às empresas que desejam cuidar melhor dos seus talentos. Com apoio integral à saúde física e mental dos colaboradores, esse tipo de benefício ajuda a prevenir a sobrecarga e melhorar o desempenho organizacional.
Os retornos do combate à sobrecarga de trabalho ultrapassam os custos de investimento em bem-estar dos colaboradores. É por esse motivo que as empresas devem estar mais atentas às necessidades dos profissionais e contribuir para a prevenção de doenças ocupacionais, estresse e desmotivação no ambiente organizacional. Os programas de benefícios corporativos são grandes aliados nessa tarefa e têm de tudo para aumentar a satisfação das equipes.
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