Salário emocional: benefícios para empresas e colaboradores
O Panorama do Bem-Estar Corporativo 2024 revelou que 93% dos profissionais mundo afora consideram o bem-estar tão importante quanto o salário. Já a Robert Half identificou que 84% dos recrutadores acreditam que contratar pessoas qualificadas hoje está difícil.
Os números sugerem que as empresas precisam repensar seus processos internos, promover uma cultura de inovação e priorizar investimentos no capital humano, viabilizando o crescimento e desenvolvimento de sua força de trabalho, para conseguir atrair e reter talentos.
E uma das estratégias é apostar na concessão de benefícios flexíveis, capazes de satisfazer tanto as exigências financeiras quanto as necessidades ligadas ao bem-estar integral. E, em se tratando de vantagens não monetárias, o salário emocional se destaca.
O que é salário emocional?
O salário emocional consiste em todos os ganhos não financeiros ou imateriais que as pessoas recebem ao exercer suas atividades profissionais. São incentivos motivacionais e não mensuráveis oferecidos pela empresa, como forma de complementar a remuneração em espécie.
Cabe ao departamento de Recursos Humanos, em parceria com as lideranças e com a alta diretoria, decidir o que irá compor o salário emocional. Cada organização é livre para definir esses elementos, uma vez que devem estar alinhados às preferências e interesses de sua atual força de trabalho e dos futuros colaboradores.
O barômetro do salário emocional
Idealizado pela mexicana Marisa Elizundia, especialista em gestão de pessoas, o barômetro do salário emocional (ou Emotional Salary Barometer, em inglês) é, atualmente, a principal ferramenta para medir os aspectos não econômicos que motivam as pessoas a serem mais produtivas e engajadas no trabalho.
A autora defende que o salário emocional compreende os seguintes fatores:
- Autonomia: consiste na liberdade para definir o dia a dia laboral e administrar metas e prazos, com base no estilo individual de trabalho e em convicções pessoais.
- Pertencimento: é o reconhecimento e a valorização por líderes e pares, a partir do momento em que existem laços e conexões firmados com gestores, colegas e com a própria empresa.
- Criatividade: são as oportunidades de inovar, de apresentar ideias originais e de personalizar a rotina de trabalho.
- Direção: consiste na possibilidade de escolher um plano de carreira e participar da tomada de decisões acerca de sua condução.
- Prazer: diz respeito às amizades e interações no trabalho, estabelecidas de modo autêntico, espontâneo, respeitoso e confiável.
- Inspiração: são o alinhamento à missão, à visão e aos valores da empresa e a influência exercida pelas lideranças para a execução do melhor trabalho possível.
- Maestria: significa o domínio de tarefas, processos e conhecimentos inerentes à função e as perspectivas de aprendizado contínuo, como forma de desenvolvimento e aperfeiçoamento na profissão.
- Crescimento pessoal: corresponde à possibilidade de reconhecimento dos erros e à sabedoria para encará-los como degraus inevitáveis e necessários para alcançar o amadurecimento.
- Crescimento profissional: compreende as oportunidades de desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais, por meio de incentivos e ações patrocinadas pela empresa.
- Propósito: é o sentimento de que o trabalho individual contribui para uma causa importante, para os resultados da empresa e está alinhado aos valores pessoais.
Exemplos de salário emocional
Como mencionado, cada empresa tem liberdade para definir o que fará parte do salário emocional e, dentre os inúmeros componentes possíveis, ressaltamos:
- Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
O plano de desenvolvimento individual (PDI) é um instrumento usado nas empresas para estruturar e monitorar o crescimento pessoal e profissional de cada um de seus colaboradores. É uma excelente iniciativa para detectar déficits de competências e estipular ações de reciclagem, treinamento e capacitação, com o objetivo de suprir tais lacunas.
- Regime de trabalho flexível
Conforme levantamento feito pela WeWork, 53% dos profissionais brasileiros têm preferência pelo modelo de trabalho híbrido e gostariam de ter autonomia para decidir o regime que melhor se adapte às suas necessidades. O mesmo estudo apontou que 55% dos entrevistados no Brasil dizem estar frustrados com algum aspecto de seu trabalho, sendo a falta de flexibilidade o principal deles.
- Reconhecimento profissional
Um programa de reconhecimento no trabalho é outro elemento capaz de aumentar a satisfação das equipes e fazer com que os colaboradores permaneçam na empresa. Uma pesquisa constatou que profissionais experientes são cinco vezes mais propensos a pedir demissão em razão da falta de valorização por parte da companhia.
A importância do salário emocional para os colaboradores
O salário emocional é um dos grandes responsáveis por enriquecer a employee experience, ou seja, a experiência enquanto colaborador de uma empresa. Além disso, assegura o bem-estar físico e mental do time, pois contribui para melhorar outras condições relevantes, que vão além do dinheiro.
O salário emocional traz segurança psicológica às equipes, garante mais tranquilidade e confiança na execução das tarefas e, consequentemente, tende a elevar os níveis de produtividade e engajamento.
Os benefícios do salário emocional para a sua empresa
Como um benefício adicional à remuneração, o salário emocional pode contribuir significativamente para a retenção de talentos. É também um diferencial competitivo na hora de elaborar o job description e um importante componente para a sua estratégia de atração de talentos.
Por fim, o incentivo pode trazer incremento positivo no clima organizacional, além de fortalecer a sua marca como empregadora (ou employer branding).
Como implementar o salário emocional na sua empresa
O primeiro passo para implementar o salário emocional na sua empresa é descobrir que benefícios subjetivos a sua força de trabalho deseja e valoriza. Uma pesquisa de pulso pode ser aplicada para identificar pontos de descontentamento e oportunidades de melhoria.
Em seguida, o RH deve se reunir com a alta diretoria e demais partes interessadas para apresentar as vantagens da adesão ao salário emocional, avaliar o orçamento disponível e a viabilidade de implantação.
Caso o projeto seja aprovado, as mudanças devem ser divulgadas a todos via comunicação interna ou por intermédio de um procedimento operacional padrão (POP), que deve contemplar as regras para participação e os critérios de elegibilidade.
É importante ressaltar que se a sua empresa preza pela diversidade e inclusão, o salário emocional não deve promover distinções relativas a cargo, gênero, idade ou etnia. As oportunidades de crescimento e desenvolvimento na empresa devem ser concedidas em igual proporção e servir como um meio para fortalecer a cultura corporativa.
O salário emocional vai muito além do dinheiro
O Instituto Ipsos – com base no entendimento de que estamos vivendo uma nova desordem mundial – identificou seis macro forças que impactam as comunidades, os mercados e as pessoas:
- Sociedades em fluxo
- Aceleração tecnológica
- Desigualdades e oportunidades
- Emergências ambientais
- Fragmentação política
- Bem-estar completo
Em se tratando especificamente do bem-estar e da saúde integral, o estudo destacou que as marcas estão reconhecendo oportunidades para promover e respaldar estilos de vida saudáveis, e convida as organizações a refletirem sobre como apoiam uma visão mais holística, para além do aspecto físico.
O salário emocional pode ser uma alternativa. E se você quiser abordar cada uma das 8 dimensões do bem-estar, por meio de recursos e soluções exclusivas, converse com um dos especialistas do Wellhub e descubra como podemos ajudar você e seus colaboradores nessa jornada.
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