O impacto do aprendizado contínuo no trabalho
A ideia de que a educação termina ao pegar um diploma ou começar a trabalhar está ultrapassada. O mundo mudou bastante nos últimos anos, e continua mudando em ritmo acelerado. Ao mesmo tempo, isso gera e demanda um aprendizado contínuo, tanto que o Lifelong Learning vem ganhando cada vez mais espaço na pauta de Recursos Humanos.
Quer saber mais sobre esse conceito e como é possível aplicá-lo à educação corporativa? Confira as estratégias para manter as pessoas e as empresas atualizadas, competitivas e prontas para evoluir seguindo o compasso do mundo.
O que é aprendizado contínuo e como funciona nas empresas
Aprendizado contínuo (ou, em inglês, Lifelong Learning) significa aprendizagem ao longo da vida. Esse conceito combina a vontade recorrente de absorver novos conhecimentos e as práticas que levam a um aprendizado contínuo. Portanto, não fica limitado ao ciclo de ensino formal e pode acontecer em diferentes fases ou contextos, inclusive por meio de experiências como autodidata.
É importante destacar o interesse pessoal, a constância e os esforços voluntários, já que essas características fazem diferença para o aprendizado contínuo funcionar bem nas empresas. Mas isso não impede que o processo seja orientado de acordo com as estratégias de educação corporativa. Afinal, esse tipo de apoio aos colaboradores também importa: 93% dos profissionais afirmam que o nível de estímulo intelectual de suas tarefas do dia a dia afeta a produtividade.
Os 4 pilares do aprendizado contínuo
Os programas para estimular o aprendizado contínuo dos colaboradores podem se basear em diferentes abordagens. Veja quais são os pilares do Lifelong Learning, segundo a instituição que é referência mundial nesse tema:
- Aprender a conhecer, com foco nas técnicas de pesquisa e análise de conhecimentos relevantes para a área de atuação.
- Aprender a fazer, com a aplicação dos conhecimentos no dia a dia, para reforçar o aprendizado e desenvolver habilidades comportamentais associadas a essas práticas.
- Aprender a conviver, com a interação para compartilhar ideias e experiências, colaborar em equipe e fazer networking.
- Aprender a ser, com ênfase na autonomia para explorar seus potenciais e se responsabilizar pela própria evolução.
5 estratégias para promover o aprendizado contínuo dos colaboradores
O aprendizado contínuo depende muito do envolvimento individual dos colaboradores, mas as empresas podem incentivar o Lifelong Learning com programas interessantes, convenientes e intelectualmente atraentes.
Estas são algumas das estratégias que fazem diferença para o êxito dessas iniciativas:
- Desenvolver uma cultura de aprendizagem
O aprendizado contínuo pode começar como “novidade” na empresa, mas a ideia é fazer com que se torne uma mentalidade duradoura. Assim, as metas e práticas podem mudar ao longo do tempo sem perder o alinhamento com a missão, os valores e a identidade da organização.
A identificação com a cultura da empresa ajuda a manter o foco nos objetivos em comum. Além disso, é interessante considerar as estratégias de capacitação profissional ao planejar o recrutamento, pois essa pode ser uma alternativa para lidar com escassez de talentos que vem preocupando cerca de 80% das empresas brasileiras.
- Privilegiar os programas inclusivos
Uma cultura corporativa que valoriza a educação não precisa ser elitista; o conceito de aprendizado contínuo vale tanto para uma pessoa pós-graduada como para quem entra na empresa como Jovem Aprendiz. Então, é possível tornar os programas mais inclusivos.
A dica é pesquisar quais são os interesses em comum entre colaboradores de perfis variados e comunicar as oportunidades de aprendizado com empatia. Afinal, como dizia Paulo Freire: "Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”.
- Compartilhar fontes de inspiração
O aprendizado contínuo é uma maneira de preparar sua equipe para o futuro do trabalho. Mas a inspiração para que isso aconteça pode estar tanto nas novas tendências quanto em cases de sucesso que marcaram época. Bons exemplos atuais também fazem diferença, principalmente quando se tornam referências para os colaboradores sigam firmes em seus propósitos.
As lideranças precisam avaliar as necessidades de desenvolvimento ou renovação de competências, conduzir pesquisas e implementar métodos modernos de aprendizagem. E, acima de tudo, têm o papel de compartilhar seus conhecimentos para influenciar positivamente a força de trabalho.
- Incentivar o protagonismo dos colaboradores
Por definição, o aprendizado contínuo não é algo obrigatório ou moldado de uma forma engessada por um controle excessivo da gestão. A empresa pode (e deve) assumir um compromisso com o aprendizado contínuo de sua equipe, mas é essencial permitir que as pessoas tracem o próprio caminho. Por exemplo, essas iniciativas podem desenvolver seu próprio PDI (plano de desenvolvimento individual) ou demonstrar interesse em se envolver em outras atividades que tenham foco no desenvolvimento pessoal.
Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro dos empregos, as empresas têm as seguintes prioridades com sua força de trabalho: treinamento para usar inteligência artificial e Big Data (42%), iniciativas para desenvolver o pensamento analítico (48%) e o pensamento criativo (43%).
- Zelar pelo bem-estar da equipe
Cada colaborador traz uma bagagem de conhecimentos, experiências e expectativas quanto ao futuro. Por isso, é interessante propor atividades relacionadas ao aprendizado contínuo que sejam diversificadas, personalizáveis e, sempre que possível, inovadoras.
A flexibilidade de acesso é outra característica que faz diferença para o bem-estar da equipe — isso favorece o aprendizado contínuo sem sobrecarregar os colaboradores. Umambiente de trabalho psicologicamente seguro e saudável é essencial para que a equipe se sinta motivada a seguir adiante, mesmo nos momentos desafiadores do processo de aprendizagem continuada.
Conecte o aprendizado ao bem-estar dos colaboradores
Para Paulo Freire, o ideal é dar autonomia para as pessoas construírem o próprio aprendizado por meio de uma coparticipação. Isso faz sentido no cenário atual, em que a educação corporativa acompanha a flexibilização do modelo de trabalho e se prepara para mais mudanças impulsionadas pelas novas tecnologias.
Incentivar o aprendizado contínuo pode ser a chave para gerar avanços contínuos na sua empresa, mas é essencial que isso se encaixe no dia a dia da equipe de uma forma conveniente e prazerosa. Quando a educação se conecta ao bem-estar no trabalho, fica mais fácil garantir um impacto positivo na vida pessoal e profissional dos colaboradores. E a boa notícia é que você não está só nessa missão: converse com um especialista em bem-estar do Wellhub e veja como podemos ajudar você nessa jornada.
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- FERREIRA, Bruno. Paulo Freire sabia que educação sem comunicação não transforma. Folha de São Paulo, 2023. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/09/paulo-frerie-sabia-que-educacao-sem-comunicacao-nao-transforma.shtml. Acesso em 11 de dezembro de 2023.
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