Bem-Estar Corporativo

Presenteísmo no trabalho: como transformar desânimo em engajamento real

Última alteração 11 de nov. de 2025

Tempo de leitura: 10 minutos
Mulher segurando um smartphone com um app aberto durante uma reunião informal; outra mulher ao fundo com laptop e post-its coloridos na parede.

Segunda-feira chegou e o escritório parece em modo silencioso. As conversas são poucas, o café esfria na mesa e o foco parece ter tirado férias coletivas. Quando essa falta de energia se repete durante a semana, o problema pode ser mais profundo do que simples desmotivação: é o presenteísmo dando as caras.

O corpo está ali, cumprindo tarefas, mas a mente já foi embora. Esse comportamento discreto, porém constante, mina a produtividade, desgasta o clima e compromete o bem-estar emocional das equipes. E o mais preocupante é que ele costuma passar despercebido, até que os resultados começam a cair.

O presenteísmo não surge do nada. Ele é fruto de sobrecarga, cansaço e culturas organizacionais que valorizam o fazer sem pausas. Mas o cenário pode mudar. Com empatia, equilíbrio e estratégias de bem-estar integradas, líderes de RH podem transformar o desânimo em engajamento real.

Revolucione a forma como sua empresa enxerga o desempenho. Descubra como transformar o presenteísmo em presença genuína e devolver vitalidade ao ambiente de trabalho.

O que é presenteísmo?

De forma simples, o presenteísmo é estar no trabalho sem estar de fato presente. É comparecer, mas sem engajamento, sem foco e sem energia. As tarefas são cumpridas de modo automático, o entusiasmo desaparece e até erros simples começam a se multiplicar.

Esse comportamento pode surgir em qualquer nível hierárquico e afeta igualmente quem está no escritório ou no modelo remoto. O trabalho se torna mecânico, o rendimento cai e a sensação de exaustão se acumula.

Entre os sinais mais comuns de presenteísmo estão:

  • Desatenção e lentidão em tarefas simples.
  • Falta de interesse em interações de equipe.
  • Erros repetitivos e baixa produtividade.
  • Sintomas físicos como cansaço constante, dores no corpo e crises de ansiedade.

Esses sinais são o reflexo de algo mais profundo: a desconexão entre o trabalho e o bem-estar pessoal. E é aí que a gestão de pessoas precisa agir — com empatia, observação e políticas preventivas.

As causas do presenteísmo

A raiz do presenteísmo está no desequilíbrio. A sobrecarga, a cultura da pressa e a falta de propósito no trabalho são gatilhos recorrentes. Segundo o Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026, 53% dos profissionais relatam que o estresse aumentou no último ano, enquanto 64% afirmam que hoje priorizam mais o bem-estar do que há cinco anos.

Ou seja, as pessoas sabem que precisam cuidar de si, mas nem sempre encontram espaço para isso nas empresas.

Entre as principais causas do presenteísmo estão:

  • Sobrecarga de trabalho e longas jornadas.
  • Falta de propósito ou de alinhamento cultural com a empresa.
  • Medo de perder o emprego, mesmo doentes ou exaustos.
  • Lideranças autoritárias ou com baixa empatia.
  • Ausência de reconhecimento e valorização.
  • Ambientes tóxicos ou pouco colaborativos.

Esses fatores não apenas enfraquecem o engajamento, mas também impactam diretamente a saúde física e emocional. Segundo dados do Wellhub, colaboradores ativos em programas de bem-estar têm 35% menos gastos com saúde e 30% menos absenteísmo, o que demonstra como o cuidado preventivo é também uma estratégia de produtividade.

Presenteísmo x absenteísmo: quais as diferenças

Você já deve ter ouvido falar de absenteísmo (quando um colaborador falta com frequência ao trabalho). Mas o presenteísmo é ainda mais silencioso e perigoso.

Enquanto o absenteísmo é visível — afinal, a pessoa não está presente —, o presenteísmo é invisível. O colaborador comparece, mas está mentalmente distante, desmotivado ou emocionalmente esgotado.

Em outras palavras:

  • Absenteísmo é quando o profissional não está no trabalho.
  • Presenteísmo é quando ele está, mas não quer estar.
Texto comparando presenteísmo e absenteísmo: presenteísmo é quando colaboradores trabalham sem motivação, de forma automática e sem envolvimento; absenteísmo é quando colaboradores frequentemente não comparecem ao trabalho sem justificativa. Fundo roxo com texto branco e logotipo do Wellhub no canto inferior esquerdo.

Ambos afetam o desempenho, o clima organizacional e a produtividade. E o mais importante: nenhum deles é sinal de “falta de comprometimento”, mas sim de um ambiente que precisa de ajustes.

Segundo o Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026, 90% dos colaboradores já apresentaram sintomas de burnoute 39% sentem esses sintomas semanalmente. Isso mostra que, muitas vezes, o problema não é o colaborador, é a cultura da exaustão.

Esses comportamentos reduzem o engajamento, aumentam os erros e enfraquecem o senso de pertencimento. Com o tempo, podem levar ao turnover e até a afastamentos por doenças mentais.

No fundo, presenteísmo e absenteísmo são diferentes respostas à mesma questão: a falta de equilíbrio entre o bem-estar e o trabalho.

Como diagnosticar o presenteísmo na sua empresa

Detectar o presenteísmo não é simples. Ele não aparece nas planilhas de ponto, mas se revela em pequenos sinais do dia a dia: atrasos, falta de concentração, quedas de produtividade e até mudanças sutis de comportamento.

Ainda assim, há maneiras eficazes de identificar o problema. Veja como o RH pode agir.

  1. Observe as mudanças de comportamento

Redução no ritmo, falta de entusiasmo, erros repetitivos e distanciamento social são os primeiros alertas. Esses sinais geralmente aparecem em profissionais que estão mentalmente esgotados e, muitas vezes, tentando esconder isso.

  1. Acompanhe indicadores de produtividade

Uma equipe que cumpre o horário, mas entrega menos, pode estar enfrentando níveis altos de presenteísmo. Comparar a entrega real com o tempo trabalhado é uma métrica valiosa para detectar desengajamento.

  1. Aplique pesquisas de clima e bem-estar

Pesquisas anônimas ajudam a entender se há sobrecarga, falta de propósito ou conflitos internos. Pergunte sobre cansaço, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e percepção de apoio da liderança.

  1. Escute o que os líderes estão percebendo

Converse com as lideranças, elas costumam ser as primeiras a notar mudanças de energia ou de comportamento nas equipes. O ideal é criar um canal seguro para que as pessoas falem sobre seu estado emocional sem medo de julgamento.

  1. Avalie a cultura e o equilíbrio da carga de trabalho

Se as pessoas evitam pausas, trabalham doentes ou sentem culpa ao descansar, há um problema de cultura organizacional. Lembre-se: um ambiente de confiança é o antídoto do presenteísmo.

De acordo com o Panorama 2026, apenas 44% dos profissionais acreditam que o bem-estar está incorporado à cultura das empresas. Esse dado revela o desafio (e a oportunidade) de criar espaços mais humanos, que valorizem tanto o desempenho quanto a recuperação.

Você pode transformar esses sinais em oportunidades de cuidado. Ao entender as causas do presenteísmo, é possível redesenhar a experiência de trabalho, reduzir o estresse e impulsionar a produtividade.

Como combater o presenteísmo na sua empresa

Casos de presenteísmo podem acontecer em qualquer ambiente, e não é sinal de fraqueza ou falta de comprometimento. É um pedido de ajuda disfarçado, que precisa ser acolhido com empatia e estratégia.

A boa notícia é que, ao compreender as causas do problema, o RH pode agir de forma preventiva e criar um ambiente em que as pessoas realmente queiram estar. Veja como transformar esse desafio em oportunidade:

  1. Construa um ambiente de trabalho saudável

Pessoas que se sentem seguras e respeitadas têm mais energia, mais engajamento e menos chances de entrar em presenteísmo.

Promover um ambiente psicologicamente seguro começa com atitudes simples:

  • Estimular conversas abertas entre líderes e equipes.
  • Reconhecer esforços com frequência.
  • Evitar sobrecarga e microgestão.
  • Garantir espaços para pausas reais e desconexão digital.

O Panorama 2026 mostra que 91% dos colaboradores afirmam que frequentar espaços voltados ao bem-estar melhora a capacidade de lidar com o estresse do trabalho. Isso reforça o quanto um ambiente de apoio e recuperação é essencial para a produtividade e a saúde emocional.

Dica prática: promova atividades em grupo — como caminhadas, pausas ativas ou desafios de bem-estar — que estimulem movimento e conexão entre colegas. Isso reduz o estresse e fortalece o sentimento de pertencimento.

Banner promocional do Wellhub com o título “Como construir uma força de trabalho saudável”. Lista os tópicos: benefícios de cuidar da saúde das equipes, como criar um local de trabalho saudável e dicas nutricionais. À direita, há a capa de um ebook com fundo rosa e a foto de uma mulher em parede de escalada. Na parte inferior, botão roxo com o texto “Baixe seu ebook gratuito”.

  1. Ofereça oportunidades de crescimento e reconhecimento

O presenteísmo muitas vezes nasce da estagnação. Quando as pessoas não enxergam propósito ou chance de evolução, o engajamento despenca. Por isso, garanta clareza de carreira e planos de desenvolvimento. Mostre que cada colaborador tem um papel estratégico e pode crescer com a empresa.

Além disso, equidade salarial e transparência nas promoções reforçam a sensação de justiça e pertencimento. No Brasil, 95% dos profissionais consideram o bem-estar tão importante quanto o salário, e 92% deixariam uma empresa que não prioriza o cuidado com as pessoas. 

Ou seja, crescimento e reconhecimento são pilares inseparáveis do engajamento.

  1. Monitore a carga de trabalho e incentive o equilíbrio

A sobrecarga é o gatilho número um do presenteísmo. Jornadas longas e metas inalcançáveis drenam a motivação e abrem espaço para o cansaço mental. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional não é luxo, é estratégia.

Empresas que adotam jornadas flexíveis ou modelos híbridos bem estruturados colhem ganhos em produtividade e satisfação. O Panorama 2026 indica que 39% dos profissionais não trabalham no ambiente que preferem, o que reforça a importância de políticas flexíveis.

Dica prática: implemente políticas de desconexão digital, incentive pausas entre reuniões e comunique claramente que descansar também faz parte do trabalho.

  1. Invista em saúde e bem-estar de forma integrada

Presenteísmo e saúde caminham juntos. Colaboradores que continuam trabalhando mesmo doentes ou esgotados estão em risco, e a empresa também.

Por isso, adote programas de bem-estar integral, que combinem corpo, mente e emoção. Isso inclui:

  • Acesso a academias e estúdios.
  • Apoio psicológico e terapia.
  • Programas de mindfulness e meditação.
  • Orientação nutricional e de sono.

Segundo dados do Wellhub, colaboradores que utilizam a plataforma registram até 35% menos gastos com saúde, enquanto as empresas veem 30% menos absenteísmo. 

Esse cuidado preventivo vai muito além do bem-estar individual: ele fortalece a produtividade, melhora o clima organizacional e cria equipes mais engajadas.

  1. Fortaleça a cultura organizacional

A cultura é o coração da empresa e o maior antídoto contra o presenteísmo. Quando há coerência entre o que se diz e o que se faz, as pessoas confiam, se engajam e permanecem.

Culturas fortes equilibram resultado e cuidado. Falar sobre equilíbrio é importante, mas viver esse valor é o que realmente transforma o ambiente de trabalho. Líderes que cuidam de si e de suas equipes inspiram comportamentos saudáveis e sustentáveis.

Hoje, o bem-estar deixou de ser um diferencial para se tornar uma expectativa básica. As pessoas buscam empresas que as enxergam como seres humanos completos, e isso começa por líderes que fazem do cuidado uma prática diária.

Dica prática: inclua indicadores de bem-estar e engajamento nas metas de liderança. Assim, cuidar das pessoas deixa de ser discurso e passa a ser parte real do sucesso da gestão.

  1. Ofereça benefícios que fazem a diferença

Nem todo benefício gera valor real. Os que mais transformam são aqueles que melhoram a vida fora do expediente. Programas de bem-estar, flexibilidade e apoio psicológico ajudam a reduzir o presenteísmo e aumentam o engajamento, porque mostram que a empresa se importa de verdade.

Benefícios eficazes são aqueles que permitem às pessoas cuidar do corpo, da mente e das relações. Quando o cuidado é integral, o resultado aparece: mais energia, mais foco e mais conexão com o trabalho.

Presenteísmo não precisa ser invisível. Quando a empresa cuida do bem-estar físico, mental e emocional das pessoas, o trabalho volta a ser fonte de energia — não de exaustão.

Como transformar o presenteísmo em engajamento real

O presenteísmo é um desafio discreto, mas de alto impacto. Ele mina o desempenho, o clima organizacional e o senso de propósito das equipes. Por trás dele, quase sempre existe cansaço, falta de reconhecimento ou ausência de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O primeiro passo para combatê-lo é enxergá-lo como um sintoma, e não como falha individual. Quando o RH cria um ambiente seguro, flexível e saudável, as pessoas voltam a se conectar com o que fazem.

Os dados do Panorama 2026 mostram que 89% dos profissionais têm melhor desempenho quando priorizam o bem-estar. Esse número deixa claro que produtividade e saúde não competem entre si, elas caminham juntas.

De equipes cansadas a pessoas presentes

Empresas que estimulam pausas, conversas abertas e jornadas equilibradas veem algo poderoso acontecer: a motivação volta, os erros diminuem e o engajamento cresce. Cuidar das pessoas, portanto, não é apenas uma ação de RH, é uma estratégia de negócios.

O presenteísmo reflete mais do que cansaço: mostra uma cultura que perdeu o equilíbrio. Quando o trabalho vira sinônimo de exaustão, o engajamento desaparece e o desempenho cai. É nesse momento que um programa de bem-estar corporativo faz a diferença.

Ao integrar corpo, mente e emoção, a empresa devolve vitalidade às equipes e cria um ambiente onde as pessoas realmente querem estar. O resultado é visível: mais foco, mais motivação e uma produtividade que nasce do cuidado genuíno.

Converse com um especialista do Wellhub para transformar o presenteísmo em energia, propósito e presença real no trabalho.

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Referências


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Wellhub Editorial Team

A Equipe Editorial do Wellhub traz aos líderes de RH as informações necessárias para promover o bem-estar dos colaboradores. Em um cenário profissional em rápida evolução, nossas pesquisas, análises de tendências e guias práticos são ferramentas importantes para levar cada vez mais satisfação e saúde ao ambiente de trabalho.


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