Taxa de absenteísmo: o que é, como calcular e por que ela importa
Última alteração 10 de nov. de 2025

Lembra daquela época em que a “assiduidade perfeita” era motivo de orgulho na escola? No trabalho, essa lógica não funciona e tentar replicá-la pode sair caro. A taxa de absenteísmo é um dos termômetros mais claros da saúde e do engajamento da sua equipe.
Quando esse índice sobe, ele grita algo que muitas vezes passa despercebido: cansaço, desmotivação ou sobrecarga. E ignorar esses sinais pode comprometer não só o clima organizacional, mas também a produtividade e os resultados do negócio.
Por outro lado, empresas que acompanham a taxa de absenteísmo entendem mais do que faltas — compreendem pessoas. Elas descobrem o que impulsiona sua equipe, identificam riscos antes que virem crises e transformam dados em estratégias de bem-estar.
Transforme sua forma de olhar para a presença no trabalho. Descubra como a taxa de absenteísmo pode se tornar o indicador mais poderoso da cultura e do equilíbrio da sua empresa.
O que é taxa de absenteísmo?
A taxa de absenteísmo representa o número de ausências de um colaborador em determinado período, em relação ao total de dias ou horas de trabalho disponíveis. É expressa em porcentagem e serve como um termômetro para a assiduidade e a saúde organizacional.
Veja a fórmula recomendada pela norma ISO 30414:2025:
Taxa de absenteísmo = (número total de dias de ausência / número total de dias de trabalho) x 100
Essa métrica pode ser calculada por pessoa, equipe ou empresa. Um índice de absenteísmo baixo indica bom clima, engajamento e bem-estar. Já uma taxa alta pode sinalizar sobrecarga, falta de motivação ou problemas de saúde física e mental.
Segundo levantamento da Levee, publicado pela Revista Exame, empresas do setor de serviços no Brasil registram média diária de 5% de colaboradores ausentes, número que pode chegar a 10% em segmentos como o varejo.
E há um alerta importante: o Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026 mostra que apenas 54% dos colaboradores avaliam seu bem-estar como bom ou ótimo, uma queda significativa em relação ao ano anterior. Em outras palavras, o absenteísmo é um reflexo direto de como as pessoas estão se sentindo e de como as empresas cuidam delas.
Como calcular a taxa de absenteísmo na sua empresa
Saber a taxa de absenteísmo é fundamental para entender o pulso da sua equipe. O cálculo é simples e o insight que ele oferece é poderoso.
Para começar, você precisa reunir alguns dados básicos: o número total de ausências (justificadas ou não) e o total de dias ou horas de trabalho no período que deseja analisar.
A fórmula é esta:
Taxa de absenteísmo = (número total de dias de ausência ÷ número total de dias de trabalho) x 100
Vamos a um exemplo prático: imagine que uma colaboradora faltou cinco dias em um mês com 30 dias úteis. O cálculo ficaria assim:
(5 ÷ 30) x 100 = 16,7%
Esse número mostra o percentual de dias em que a pessoa esteve ausente. Você pode aplicar a mesma fórmula para uma equipe ou até para toda a empresa.
Dica rápida: se quiser automatizar esse controle, use uma planilha de Excel ou Google Sheets. Crie colunas para dias disponíveis e dias de ausência, insira a fórmula e acompanhe a evolução mês a mês. Isso facilita a geração de relatórios e ajuda o RH a identificar padrões, como períodos de maior falta ou áreas com índices acima da média.
Por que acompanhar o absenteísmo é tão importante para o RH?
Monitorar a taxa de absenteísmo é muito mais do que contar faltas. É compreender o que está por trás delas. Acompanhar esse índice permite que o RH antecipe desafios e tome decisões estratégicas, como reforçar a equipe, ajustar políticas de saúde e segurança, ou investir em programas de bem-estar.
Veja alguns impactos diretos do absenteísmo elevado:
- Aumento de custos operacionais: cada ausência pode significar horas extras, queda de produtividade ou a necessidade de contratações temporárias.
- Sobrecarga da equipe presente: quando alguém falta com frequência, colegas assumem tarefas extras, o que pode gerar desgaste e desmotivação.
- Perda de engajamento: um ambiente com alto absenteísmo costuma refletir baixo moral e falta de senso de pertencimento.
Segundo o Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026, 47% dos colaboradores relatam perder o sono devido ao estresse ou à ansiedade, fatores que reduzem foco, energia e presença no trabalho. Isso mostra que o absenteísmo está profundamente ligado à saúde emocional.
Por outro lado, empresas que investem em bem-estar colhem resultados concretos. O relatório indica que organizações com programas estruturados têm índices mais altos de satisfação, produtividade e presença, além de uma percepção mais positiva sobre a cultura da organização.
Em resumo: medir a taxa de absenteísmo é o primeiro passo. Mas o verdadeiro diferencial está em agir com base nesses dados, entendendo o que motiva as ausências e criando um ambiente onde o bem-estar é prioridade.

O que a taxa de absenteísmo revela sobre a cultura da empresa
A taxa de absenteísmo é um espelho do clima organizacional. Ela mostra, com números, o que talvez não esteja sendo dito nos corredores: como as pessoas estão se sentindo, o quanto estão engajadas e se percebem apoio genuíno da liderança.
Quando o índice está alto, o problema nem sempre é apenas operacional — muitas vezes, é cultural. Isso pode indicar sobrecarga, falta de reconhecimento, liderança distante ou ausência de políticas claras de bem-estar.
De acordo com o Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026, apenas 44% dos colaboradores afirmam que o bem-estar está realmente incorporado à cultura da empresa, enquanto a satisfação com os programas corporativos caiu para 29%.
Esses dados mostram uma desconexão entre o que as pessoas precisam e o que as empresas oferecem. O resultado é previsível: queda no engajamento e aumento do absenteísmo.
Quando o bem-estar se torna estratégia, o absenteísmo cai
Líderes de RH que tratam o bem-estar como parte da estratégia de negócios, e não apenas como um benefício adicional, conseguem reduzir ausências e fortalecer a produtividade.
Isso acontece porque o bem-estar afeta todos os pilares da experiência do colaborador, da saúde física à satisfação emocional. Segundo o Panorama 2026, 95% dos profissionais reconhecem que as dimensões do bem-estar (física, mental, emocional e social) estão interligadas. Quando uma falha, as outras sofrem junto.
Por isso, políticas internas que valorizam pausas, flexibilidade e diálogo transparente fazem diferença. Um bom exemplo é rever regras de controle de horário e criar políticas de confiança e autonomia, permitindo que os colaboradores conciliem vida pessoal e profissional sem culpa.
Além disso, oferecer programas de apoio psicológico, incentivos à prática de atividade física e educação sobre saúde ajuda a prevenir afastamentos e cria uma relação de cuidado mútuo entre empresa e colaborador.
O papel da liderança
Nenhuma planilha substitui uma liderança atenta. Gestores que escutam, reconhecem e apoiam suas equipes têm impacto direto na redução da taxa de absenteísmo.
Um ambiente com comunicação aberta e empatia reduz o estresse, melhora o engajamento e promove um senso de pertencimento. O Panorama 2026 confirma: 83% dos colaboradores dizem que se sentiriam mais motivados a participar de iniciativas de bem-estar se elas incluíssem componentes em grupo ou comunitários.
Ou seja, o bem-estar não é um tema individual. Ele floresce quando é coletivo.
Quando o RH e as lideranças trabalham juntos para criar uma cultura que apoia o equilíbrio, o resultado é claro: menos faltas, mais engajamento e maior produtividade.
Principais causas da taxa de absenteísmo
A taxa de absenteísmo é um sinal de alerta para algo maior. Quando ela cresce, há quase sempre um conjunto de fatores por trás e todos têm uma origem comum: o bem-estar comprometido.
Veja as causas mais comuns e o que você, como líder de RH, pode fazer para agir antes que as faltas se tornem um problema crônico.
- Problemas de saúde física e mental
Essa é, de longe, a causa mais frequente. Dores musculares, fadiga, ansiedade e burnout já fazem parte da rotina de muitas equipes. O Panorama 2026 mostra que 90% dos profissionais apresentaram sintomas de burnout no último ano, um sinal claro de que o estresse e a sobrecarga se tornaram desafios constantes nas organizações.
Esses fatores comprometem o foco, o engajamento e a produtividade. Para enfrentar essa realidade, o RH pode oferecer acesso a programas de apoio psicológico e terapia online, incentivar práticas de mindfulness e meditação e ampliar benefícios voltados à atividade física e nutrição, criando uma rede de apoio completa ao bem-estar.
Quando o colaborador percebe que a empresa investe genuinamente na sua saúde, o resultado é imediato: mais disposição, mais equilíbrio e menos afastamentos.
- Falta de engajamento e de reconhecimento
Quando os colaboradores não se sentem valorizados, começam a se afastar — primeiro emocionalmente, depois fisicamente. O desengajamento nem sempre é visível, mas seus efeitos são profundos: menos energia, menos conexão e mais rotatividade.
Reconhecimento e pertencimento são pilares do bem-estar. Pequenos gestos, como rituais de celebração, conversas sinceras e líderes que escutam de verdade, fortalecem o vínculo entre pessoas e empresa. Uma cultura de confiança transforma o ambiente de trabalho em um espaço onde todos querem estar e é isso que mantém as equipes presentes, motivadas e engajadas.
- Sobrecarga e falta de equilíbrio
O excesso de demandas é outro vilão da assiduidade. O Panorama 2026 mostra que 43% dos trabalhadores citam cargas de trabalho pesadas como o principal fator de estresse.
Quando a sobrecarga se torna rotina, o corpo e a mente pedem pausa e as ausências se tornam inevitáveis. O caminho para mudar isso envolve:
- Políticas de flexibilidade e desconexão (como pausas, home office parcial e horários ajustáveis).
- Revisão de metas e processos, priorizando qualidade em vez de volume.
- Lideranças capacitadas para reconhecer sinais de esgotamento e agir rapidamente.
Flexibilidade não é um luxo, é uma ferramenta de produtividade sustentável.
- Clima organizacional e políticas internas
Ambientes com pouca comunicação, processos engessados e lideranças autoritárias minam a confiança e aumentam o absenteísmo. Para reverter esse cenário, o RH pode revisar políticas internas, criar canais de escuta ativa e promover práticas de reconhecimento contínuo que valorizem cada colaborador.
Fomentar o senso de comunidade também é essencial. Quando as pessoas se sentem parte de algo maior, elas se comprometem mais, colaboram melhor e estão presentes de verdade — no trabalho e na cultura da empresa.
Leia também: Tipos de absenteísmo e como reduzi-los na sua empresa
Como reduzir a taxa de absenteísmo com uma cultura de bem-estar
Diminuir a taxa de absenteísmo não é apenas uma meta de RH, é uma estratégia de negócio. E a boa notícia é que ela começa com algo simples: cuidar das pessoas.
O Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026 mostra que 86% dos colaboradores consideram o bem-estar tão importante quanto o salário e 89% afirmam ter melhor desempenho quando o priorizam. Ou seja, investir em bem-estar não é custo, é retorno.
Empresas que promovem equilíbrio, flexibilidade e saúde integral reduzem o absenteísmo porque ajudam seus colaboradores a recarregar a energia e a prevenir o estresse. Quando o RH cria uma cultura em que o autocuidado é valorizado, o trabalho deixa de ser uma fonte de esgotamento e passa a ser um espaço de crescimento.
As quatro ações mais eficazes para reduzir o absenteísmo
Agora que você já sabe como o bem-estar impacta diretamente o absenteísmo, é hora de agir. A seguir, veja as quatro ações mais eficazes para reduzir as faltas, aumentar o engajamento e construir uma cultura onde as pessoas realmente queiram estar todos os dias.
- Promova pausas reais
Incentive o descanso. Estabeleça micro-pausas durante o expediente e normalize o uso consciente das férias. A recuperação física e mental é essencial para a produtividade.
- Invista em programas de bem-estar corporativo
Ofereça acesso a academias, estúdios, terapia e práticas de mindfulness. Esses recursos ajudam os colaboradores a cuidar de si e reduzem afastamentos.
O Panorama 2026 reforça: empresas com programas estruturados de bem-estar têm colaboradores até 50% mais propensos a avaliar seu bem-estar como bom ou ótimo.
- Fortaleça o senso de comunidade
Crie iniciativas em grupo: desafios de atividade física, encontros de autocuidado, programas de voluntariado.
- Treine lideranças empáticas
Líderes bem preparados identificam sinais de sobrecarga e agem com rapidez e sensibilidade. Um gestor atento pode prevenir o burnout antes que ele aconteça.
Bem-estar como antídoto para o absenteísmo
O aumento do absenteísmo revela mais do que simples ausências, é um sinal claro de fadiga, estresse e desmotivação. Cuidar do bem-estar dos colaboradores é, portanto, uma estratégia essencial para manter equipes saudáveis e produtivas.
Segundo o estudo ROI do Bem-Estar 2025, empresas com programas estruturados de bem-estar registram até 67% de redução no absenteísmo e 97% de aumento na produtividade. Iniciativas que combinam atividade física, terapia, nutrição e flexibilidade fortalecem a cultura organizacional, aumentam o engajamento e reduzem afastamentos.
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Referências
- CONVENIA. Absenteísmo: entenda o que é, causas e como reduzir nas empresas. Acessado em outubro de 2025, em https://blog.convenia.com.br/absenteismo.
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- GALLUP. Crescimento brasileiro poderia ter um empurrãozinho. Acessado em junho de 2023, em https://www.gallup.com/pt-br/175820/crescimento-brasileiro-empurr%C3%A3ozinho.aspx.
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- GUPY. Recursos Humanos: entenda o que é o RH, o que ele faz e como ter uma equipe de sucesso! Acessado em junho de 2023, em https://www.gupy.io/blog/recursos-humanos.
- INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 30414:2018. Acessado em janeiro de 2023, em https://www.iso.org/standard/69338.html.
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- TARDE NACIONAL - AMAZÔNIA. Brasil é o segundo país com maior índice de estresse relacionado ao trabalho no mundo, diz pesquisa. Acessado em fevereiro de 2023, em https://radios.ebc.com.br/tarde-nacional-amazonia/2019/06/brasil-e-o-segundo-pais-com-maior-indice-de-estresse-relacionado-ao.
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