Como reconhecer a síndrome de burnout na sua empresa
Quando os colaboradores estão exaustos, a sensação é de que o volume de atividades acumuladas aumenta e que novas demandas surgem a todo instante. É difícil se concentrar nas tarefas ou gerenciar o tempo. Se as pessoas estão experimentando algum tipo de esgotamento no trabalho, é improvável que consigam manter a produtividade e o engajamento.
Esse tipo de situação não é incomum: uma pesquisa global (incluindo o Brasil) revelou que 54% dos profissionais se dizem esgotados.
A síndrome de burnout é um problema sério, que pode afetar a qualidade de vida, o bem-estar emocional e o desempenho de sua equipe. Todavia, existem ações para prevenir que a doença se instale, a partir da criação de um ambiente de trabalho psicologicamente seguro e saudável para todos.
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, foi reconhecida recentemente como uma doença ocupacional, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A síndrome de burnout é um distúrbio emocional resultante de um contexto de trabalho desgastante, do estresse contínuo na esfera corporativa e da sobrecarga de atividades.
Alguns sinais de burnout são o acúmulo de responsabilidades, o descuido com necessidades pessoais e sociais ou a impaciência e irritabilidade com colegas. Se não tratado, o burnout pode evoluir para condições mais severas, como a depressão ou outros transtornos mentais.
As principais causas da síndrome de burnout
Vários fatores podem contribuir para desencadear a síndrome de burnout, como o excesso de tarefas, longas horas de trabalho, dificuldade para organizar a rotina ou a falta de reconhecimento profissional. Além disso, outras principais causas do burnout são:
- Local de trabalho hostil: lideranças despreparadas ou colegas pouco cooperativos podem afetar a saúde mental das equipes. Um em cada quatro profissionais relata vivenciar comportamentos tóxicos com frequência no trabalho, segundo a McKinsey. A comunicação ineficiente, competições nocivas e a falta de perspectiva de crescimento podem desencadear conflitos no trabalho e prejudicar o bem-estar emocional de seus colaboradores
- Escassez de recursos e informações: quando os colaboradores não têm equipamentos, informações ou procedimentos adequados para desempenhar suas tarefas, podem se sentir inseguros, desmotivados e insatisfeitos. Da mesma forma, uma gestão de pessoas que não prioriza o diálogo, o feedback construtivo e a qualidade de vida contribui para o esgotamento profissional.
- Metas e prazos inviáveis: estabelecer tarefas pouco realistas e determinar que sejam cumpridas em um curto espaço de tempo são atitudes que impõem pressão desnecessária e fazem com que seu time questione seu próprio desempenho. Um levantamento mostrou que 49% dos profissionais indicaram as metas irreais como impulsionadoras do estresse ocupacional.
- Excesso de atividades: a sobrecarga de trabalho talvez seja o grande motivador do esgotamento. O Wellz by Wellhub liderou uma pesquisa que revelou os seguintes dados: 43% dos entrevistados consideram a sobrecarga de trabalho o fator de maior impacto negativo em sua saúde mental, enquanto a pressão por metas e resultados foi a alternativa escolhida por outros 31%.
- Comunicação e processos ineficientes: seis a cada dez profissionais já tiveram algum problema com os membros da gestão imediata, e a principal razão é a inexistência de comunicação e de feedback sobre seu desempenho. Além do prejuízo financeiro decorrente de instruções e processos ineficientes, um fluxo de trabalho mal planejado pode levar à fadiga e à falta de motivação.
Quais são os sintomas da síndrome de burnout?
Os sinais de esgotamento profissional se manifestam de forma diferente; alguns são óbvios, enquanto outros tendem a ser mais sutis. Alguns dos sintomas de burnout mais comuns são:
- Perda do entusiasmo: o esgotamento profissional faz com que as pessoas percam a satisfação no trabalho e se sintam sem energia e com dificuldades de concentração. Por vezes, preferem o isolamento e evitam conversas e a colaboração.
- Queda na produtividade: estudos sugerem que a síndrome de burnout pode reduzir a produtividade em até 50%, uma vez que os colaboradores tendem a cometer erros com mais frequência e a entregar suas tarefas com atraso.
- Mudança de comportamento: colaboradores esgotados podem vivenciar episódios de irritabilidade, mau humor ou distanciamento dos colegas, além da desconexão com os valores e com os objetivos da empresa.
- Exaustão física: o estresse no trabalho e o burnout também podem provocar efeitos no corpo, como fadiga crônica, dores de cabeça, tensão muscular, alterações nos padrões de sono e até problemas gastrointestinais.
Como evitar a síndrome de burnout na sua empresa
O burnout é um problema sério e precisa ser resolvido o mais rápido possível para não prejudicar a qualidade de vida no trabalho e a saúde mental de seus colaboradores. Algumas boas práticas são:
- Estabeleça jornadas de trabalho flexíveis
Certifique-se de que seus colaboradores não estejam assumindo responsabilidades excessivas e determine rotinas ou modalidades (como o trabalho híbrido, remoto ou o home office) conforme necessidades individuais e da empresa
- Elimine comportamentos tóxicos
Uma cultura organizacional saudável deve ser pautada na cooperação, na transparência e no respeito. É importante ter um código de conduta que estipule padrões de comportamento aceitáveis e que seus colaboradores compreendam o que é ou não tolerado na empresa.
- Incentive pausas
Pequenas interrupções ao longo do expediente são fundamentais para evitar o burnout. Incentive seus colaboradores a participar das sessões de ginástica laboral ou se reunir para um café, para que possam retornar revigorados às suas atribuições. Também é importante estimular os períodos de descanso estipulados por lei.
- Apoie a segurança psicológica
Um ambiente de trabalho saudável, em que as pessoas não se sintam ameaçadas ou julgadas, ajuda a inibir o burnout. Políticas para promover a diversidade e a inclusão também são um instrumento poderoso para conter o esgotamento profissional e encorajam a criatividade, a inovação, a confiança e o trabalho em equipe.
- Garanta a autonomia
Conceder autonomia e permitir que os colaboradores participem da tomada de decisões é uma excelente iniciativa focada no desenvolvimento e no crescimento profissional. Deixar que as pessoas gerenciem seu tempo ou administrem suas tarefas é um meio de mostrar que você confia, aprova e valoriza seu time.
- Capacite as lideranças
Gestores devem ser treinados para reconhecer os sinais de burnout, antes que se torne um problema grave. Da mesma maneira, devem receber orientações e ferramentas para apoiar os colaboradores que estão vivenciando o esgotamento profissional.
- Aposte na valorização
Um plano de desenvolvimento individual (PDI) é uma ferramenta bastante útil para orientar os colaboradores em sua trajetória de crescimento profissional. Quando as pessoas percebem que a empresa investe no aperfeiçoamento de suas competências, tendem a se sentir mais felizes, confiantes e motivadas, o que pode afastar o risco de burnout.
Apoie seu time em suas necessidades de bem-estar e saúde mental
O burnout envolve a saúde das pessoas, uma vez que impacta o seu bem-estar físico e mental. Uma cultura de apoio e acolhimento é fundamental, mas você pode investir ainda mais na qualidade de vida de seus colaboradores, por meio do acesso a recursos de bem-estar.
Embora as empresas venham gastando milhões com benefícios, mais de 1/3 dos profissionais afirmam que não acreditam que existe comprometimento com seu bem-estar no âmbito corporativo.
A adoção de um programa de saúde mental na sua empresa por si só não é suficiente para resolver essa equação. É preciso se concentrar na comunicação, na divulgação, no treinamento e na capacitação para que os colaboradores consigam identificar os sinais de esgotamento (em si ou nos colegas), e entender com clareza quais serão os próximos passos para combater o burnout.
O Wellz pode ajudar você nessa jornada de cuidado. Entre em contato para saber mais ou solicite uma demo para um de nossos consultores.
Referências
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- GONZALEZ, Luis. Bem-estar: empresas e colaboradores ainda não falam a mesma língua. Exame, 2023. https://exame.com/bussola/bem-estar-empresas-e-colaboradores-ainda-nao-falam-a-mesma-lingua/. Acesso em: 06 de janeiro de 2024.
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