Bem-Estar Corporativo

Síndrome de burnon: o que o RH precisa saber sobre esse novo fenômeno e como combatê-lo

Última alteração 7 de nov. de 2024
Tempo de leitura: 8 minutos
Saiba o que é a síndrome de burnon e veja como você pode ajudar a combatê-la na sua empresa ao promover a saúde e o bem-estar dos colaboradores.

Vivemos em um mundo em que a busca pela excelência e pelo crescimento profissional é vista como um objetivo nobre. Contudo, a pressão e os desafios envolvidos na jornada rumo ao sucesso podem provocar efeitos prejudiciais se não forem enfrentados de forma consciente e saudável.

Nos últimos anos, uma nova síndrome tem chamado a atenção de líderes, profissionais de gestão de pessoas e especialistas da área da saúde no mundo todo: o burnon. Apesar do nome ser semelhante ao burnout, a condição apresenta nuances e características únicas que podem gerar um alto impacto negativo em diversos aspectos da vida profissional e pessoal dos colaboradores.

Continue a leitura para saber o que é a síndrome de burnon, quais são os principais sintomas e como preveni-la e combatê-la no ambiente de trabalho.

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O que é a síndrome de burnon?

O burnon é uma condição em que as pessoas estão em constante estresse e fadiga, sempre à beira do esgotamento, mas sem culminar em exaustão total. Mesmo nesse estado, os indivíduos não se afastam de suas atividades e continuam a trabalhar para manter as aparências de sucesso e produtividade. O termo foi definido pelo psiquiatra Timo Schiele e pelo psicoterapeuta Bert te Wildt, ambos alemães, no livro Burn-on: Always on the Brink of Burnout (Burn-on: Sempre à Beira do Burnout). 

O burnon pode se traduzir em uma paixão e dedicação excessivas à vida profissional como forma de mascarar a situação, reforçando uma busca pela excelência mas sentindo que nunca faz o suficiente. Por conseguinte, o quadro se torna uma depressão exaustiva crônica, podendo resultar em outros problemas físicos e mentais. 

Embora o burnout seja um assunto discutido desde a década de 70, o burnon é um fenômeno ainda novo, mas que tem ganhado cada vez mais relevância nos últimos anos devido aos casos registrados no mundo corporativo. Apesar disso, a síndrome ainda não é reconhecida pela comunidade médica internacional, pois carece de mais estudos e pesquisas. A condição que mais se assemelha à sua descrição é o Transtorno Depressivo Persistente, também conhecido como distimia.

As diferenças entre burnon e burnout

O burnout é caracterizado pelo esgotamento físico e mental profundo, acompanhado por desgaste emocional, em que chega ao ponto de a pessoa afetada tornar-se incapaz de continuar trabalhando. Por outro lado, o burnon envolve um estado conjunto de estresse e depressão combinados com uma obsessão pelo emprego e com uma busca incessante pelo sucesso.

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Além disso, enquanto o burnout é uma depressão exaustiva aguda, o burnon é crônico e se manifesta também no âmbito comportamental. É como se a pessoa estivesse sempre prestes a ter uma crise de burnout, mas continua levando a vida profissional em “modo automático” e experimenta o sofrimento físico e psíquico de forma silenciosa.

Embora ambas as síndromes estejam relacionadas ao estresse no trabalho, existem diferenças fundamentais tanto em sua manifestação quanto no impacto na vida de uma pessoa.

O impacto do burnon para os colaboradores e para a empresa

O burnon pode ter diversas consequências negativas tanto para a pessoa acometida quanto para a empresa, como:

Dada a amplitude das consequências envolvidas, é de interesse do setor de Recursos Humanos identificar e lidar com os sinais desta síndrome em tempo hábil para mitigar seus efeitos prejudiciais.

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Como identificar os sintomas de burnon

O burnon pode apresentar alguns sinais e sintomas sutis que podem até ser confundidos com comprometimento e dedicação profissional. Isso torna ainda mais importante a necessidade de acompanhar de perto os membros da sua equipe para reconhecer a verdadeira situação e prestar o apoio necessário.

Os principais sintomas que podem aparecer em pessoas sofrendo de burnon costumam ser:

  • Estresse e tensão constantes, podendo desencadear dores no pescoço e nas costas, bruxismo, tensão muscular, pirose (queimação) gástrica, azia e gastrite nervosa, bem como dores de cabeça recorrentes
  • Negligência do autocuidado pessoal
  • Abandono de hobbies e atividades de lazer ou recreação antes praticadas com regularidade
  • Perda do prazer nas atividades cotidianas
  • Workaholismo e comportamento obsessivo e compulsivo em relação ao trabalho
  • Impaciência e irritabilidade
  • Isolamento social
  • Perfeccionismo
  • Autocobrança constante
  • Perda de motivação
  • Desconexão emocional
  • Queda de cabelo
  • Baixa da imunidade
  • Problemas de saúde mental e física

Além disso, somados a comorbidades psicológicas e doenças secundárias, como transtornos de ansiedade, depressão ou vícios, as pessoas afetadas pelo burnon podem sofrer cada vez mais de fenômenos psicossomáticos, como pressão sanguínea alta e suas possíveis consequências.

Apesar da forma com que o burnon se apresenta ser diferente do burnout, os dois distúrbios estão intrinsecamente relacionados. Nesse sentido, é possível afirmar que, se não for tratado, o burnon de hoje pode tornar-se o burnout de amanhã.

Medidas e recomendações para prevenir e combater o burnon em sua equipe

Não importa qual seja o quadro, é de extrema importância que as lideranças se atentem para a saúde e o bem-estar de seus colaboradores. Afinal, problemas de saúde mental e bem-estar emocional são cada vez mais preocupantes no meio corporativo.

Segundo um levantamento, um a cada cinco profissionais no Brasil sofrem de burnout. Ao comparar as faixas etárias, 48% das pessoas com menos de 30 anos correm maior risco de experimentar a síndrome, em comparação com 40% dos indivíduos com 30 anos ou mais.

Enquanto o burnout demanda intervenções para aliviar a exaustão e recuperar a normalidade e o equilíbrio, o burnon exige uma mudança de mentalidade e a adoção de medidas para estabelecer limites saudáveis, promover uma relação harmoniosa entre o trabalho e a vida pessoal, e priorizar o autocuidado.

Confira a seguir algumas dicas e recomendações que podem ajudar você e a sua empresa a prevenir e combater o burnon entre seus colaboradores:

  1. Avalie as práticas de gestão da sua empresa

Uma medida decisiva para evitar o burnon e quaisquer outros transtornos de saúde no ambiente de trabalho é revisar o modelo de gestão da empresa.

Nesse sentido, é necessário avaliar e ajustar práticas que possam contribuir para o estresse, como competitividade tóxica, sobrecarga de tarefas e excesso de horas extras, a fim de definir uma política de valorização e reconhecimento dos colaboradores, assim como expectativas claras e metas realistas.

  1. Implemente políticas de gerenciamento do estresse

Outra medida eficaz é criar políticas e diretrizes para gestão do estresse que auxiliem os colaboradores a lidar com as demandas e a pressão do cotidiano de trabalho, além de cuidar da saúde mental.

Algumas ações recomendadas para isso envolvem espaços de meditação e relaxamento, prática de mindfulness, pausas e horários de descanso regulares ao longo do expediente e dinâmicas de grupo entre os membros da equipe para promover um ambiente mais saudável e colaborativo.

  1. Promova a conscientização sobre o assunto

A fim de instruir os membros da equipe sobre como lidar com o burnon e outros transtornos de saúde mental, a educação e a informação são fundamentais. Assim, o RH pode promover palestras, workshops e treinamentos sobre o assunto, além de criar boletins informativos ou comunicados para conscientizar tanto as lideranças quanto os colaboradores sobre os efeitos negativos da síndrome.

  1. Ofereça suporte e atenção especializados

Mesmo com as medidas de prevenção ao burnon, você ainda pode encontrar casos da síndrome na sua equipe. Se isso acontecer, é imprescindível oferecer apoio e orientação individualizados para ajudar os colaboradores a buscarem ajuda de especialistas e o tratamento adequado.

Dependendo do porte e dos recursos da sua empresa, você também pode disponibilizar um terapeuta no local de trabalho ou firmar parcerias estratégicas com serviços de assistência psicológica, ou de aconselhamento pessoal para dar suporte à sua equipe.

  1. Estimule um estilo de vida saudável

Por último, mas não menos importante, é necessário incentivar seus colaboradores a levar um estilo de vida saudável. Isso vai desde o cultivo de um ambiente de trabalho psicologicamente seguro e de uma cultura organizacional acolhedora até o estímulo à qualidade de vida e ao bem-estar. Hábitos como seguir uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e ter uma boa noite de sono são apenas alguns exemplos.

Saúde e bem-estar integral para combater o estresse

Para fazer uma contribuição ainda maior, sua empresa pode investir em programas de bem-estar que abranjam todos os aspectos da saúde e da qualidade de vida das pessoas, promovendo uma relação saudável entre vida pessoal e profissional.

O Wellhub tem a solução certa para sua equipe. Com uma abordagem voltada para as oito dimensões do bem-estar, os colaboradores da sua empresa terão acesso a diversas aulas, apps, personal trainers e serviços para cuidar de sua saúde de modo integral.

Promover o bem-estar do seu pessoal é uma forma eficaz de combater o estresse e incentivar hábitos saudáveis que fazem a diferença dentro e fora do local de trabalho. E tais investimentos valem muito a pena, já que nove em cada dez empresas relatam que investir em programas de bem-estar geram economia nos custos de saúde, e 99% veem um aumento de produtividade.

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Wellhub Editorial Team

A Equipe Editorial do Wellhub traz aos líderes de RH as informações necessárias para promover o bem-estar dos colaboradores. Em um cenário profissional em rápida evolução, nossas pesquisas, análises de tendências e guias práticos são ferramentas importantes para levar cada vez mais satisfação e saúde ao ambiente de trabalho.