O outplacement pode ser uma ótima forma de oferecer suporte aos colaboradores no caso de demissão. Ao proporcionar um processo estruturado para recolocação no mercado de trabalho, esse conceito ajuda a minimizar os impactos negativos da demissão, como insegurança e ansiedade.

Assim, tanto os profissionais quanto a empresa conseguem fazer uma mudança mais suave, com o mínimo de impacto possível. Para as organizações, a adoção dessa prática demonstra um compromisso com o bem-estar dos colaboradores, preservando sua imagem e fortalecendo sua reputação do negócio.

Entenda o que é outplacement, seus benefícios e como você pode oferecer suporte aos colaboradores nesse momento delicado.

O que é outplacement?

O termo outplacement deriva do inglês, e traduzido para o português significa recolocação. Essa metodologia tem como foco principal ajudar as pessoas que estão sendo desligadas de uma empresa a encontrar uma nova oportunidade no mercado de trabalho.

É importante compreender que existem dois tipos de outplacement: o individual e o coletivo.

• Outplacement individual: oferece um atendimento personalizado ao colaborador que está saindo, avaliando perfil, os interesses e necessidades dele. Com base nisso, pode-se elaborar um plano para recolocá-lo no mercado de trabalho em uma oportunidade adequada.
• Outplacement coletivo: já o modelo coletivo é aplicado em grupos e, geralmente, ocorre em processos demissionais que envolvem muitos colaboradores ou grupos específicos de profissionais. Ele foca em oferecer o mesmo apoio do processo individual, auxiliando na recolocação no mercado.

Como funciona o outplacement?

O funcionamento do outplacement está relacionado com uma metodologia investigativa e consultiva, que serve para ajudar o profissional a fazer um planejamento de carreira, além de acompanhá-lo e oferecer apoio durante o desligamento. O processo pode ser realizado por empresas especializadas, com equipe própria ou por consultores de carreira independentes.

Veja como funciona cada uma das etapas que compõem o processo de outplacement:

1. Planejamento de carreira

Na primeira etapa do processo, são investigadas as qualificações, experiências profissionais, habilidades, competências e expectativas de carreira. Em seguida, é desenvolvido um plano de ação para atingir esses objetivos. Esse plano pode incluir avaliação do currículo, posicionamento de perfil nas redes sociais e orientação para participar de entrevistas de emprego.

A etapa de planejamento de carreira é uma das mais detalhadas do processo de outplacement, e pode incluir as seguintes atividades:

• Aplicação de testes para mapear habilidades, competências técnicas e necessidades de desenvolvimento.
• Avaliação do networking pessoal e profissional para identificar pessoas que possam ajudar com indicações em empresas.
• Investigação de objetivos de carreira a curto, médio e longo prazo, com orientação para estruturar os objetivos pessoais e profissionais por meio de um plano de carreira.
• Identificação das necessidades pessoais para definir as vagas compatíveis com o perfil profissional.

2. Apoio

Outra etapa que pode ser incluída no processo de outplacement é o apoio emocional e mental aos profissionais. Ele é voltado para motivar, gerar autoconfiança e orientação em como vencer os desafios da transição de carreira e no processo de desligamento.

Além disso, é importante disponibilizar palestras, fóruns de discussão, treinamentos e cursos de capacitação com temas direcionados para carreira e tendências do mercado de trabalho.

Essa etapa ainda pode abranger suporte para se inscrever em processos seletivos, reconstruir o currículo para torná-lo mais atrativo e investigar vagas disponíveis em empresas parceiras, sites de divulgação de vagas e com headhunters.

3. Acompanhamento

O último processo é o de avaliação de cenário e acompanhamento do profissional. Essa fase visa identificar no mercado de trabalho quais os setores e segmentos que podem ter maior demanda de profissionais com o mesmo perfil das pessoas desligadas.

Essa estratégia permite avaliar o que as empresas buscam e assim, orientar ex-colaboradores que participam do programa de recolocação.

Após isso, resta fazer o acompanhamento, oferecendo todo o suporte necessário para que as pessoas desligadas se adaptem ao momento de transição. Isso ajuda a esclarecer dúvidas e promover maior segurança ao profissional.

Quais os benefícios para as empresas e colaboradores?

A adoção do outplacement pode aumentar a força da marca empregadora no mercado de trabalho, além de reduzir as ações trabalhistas e ajudar a atrair e reter profissionais de grande valor.

Fortalece o employer branding

Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os profissionais avaliam se as empresas se preocupam com o bem-estar de sua força de trabalho e se possuem políticas que valorizem o lado humano e social.

Nesse contexto, quando sua empresa conta com essa metodologia de apoio a ex-colaboradores, em situações demissionais em grupo ou individuais, ela pode fortalecer o employer branding e gerar resultados melhores para a organização.

Isso é visto em uma pesquisa divulgada em 2024, que indica que empresas que possuem esse tipo de estratégia crescem 20% mais rápido e investem 43% menos na hora de realizar contratações. Isso significa que pode ser mais simples atrair talentos.

Reduz as ações trabalhistas

Ao adotar uma postura humanizada em processos de offboarding, também é possível influenciar a reação dos profissionais, que podem se sentir mais valorizados e acolhidos mesmo em momentos difíceis.

Essa conduta minimiza o risco de processos trabalhistas, diante de ações que demonstrem apoio e valorização dos profissionais desligados. Isso sem contar na promoção de um clima organizacional mais ameno e positivo, evitando o descontentamento dos que permanecem na empresa.

Quais as melhores práticas para implementar o outplacement?

Para implementar o outplacement no seu negócio, é importante fazer um bom planejamento, além de adotar ações que ajudem no bem-estar dos profissionais que serão desligados e auxiliem na recolocação deles no mercado de trabalho.

Para isso, você pode adotar as seguintes dicas:

• Planeje o processo: crie padrões e políticas claras para a demissão, incluindo etapas de recolhimento de equipamentos e despedida.
• Forneça feedbackclaro: explique as razões da demissão com transparência, detalhando o desempenho ou os motivos organizacionais.
• Ofereça apoio emocional: encaminhe o colaborador para apoio psicológico, ajudando a lidar com os impactos emocionais da demissão.
• Incentive a capacitação: promova a busca por cursos e treinamentos para melhorar as chances de recolocação profissional.
• Prepare para entrevistas: ajude o ex-colaborador a se preparar para entrevistas e negociar ofertas recebidas.
• Analise o impacto na equipe: avalie como a demissão afetará o restante da equipe e aja para minimizar os efeitos negativos.

Qual o papel do RH nesse processo?

O RH da empresa tem papel relevante na implementação da estratégia de outplacement. Isso porque são os profissionais dessa área que vão oferecer direcionamento aos ex-colaboradores, oferecendo treinamentos, suporte na busca de vagas e demonstrando preocupação com a qualidade de vida dos profissionais.

Isso é fundamental, já que 93% da força de trabalho acredita que o bem-estar profissional é tão importante quanto o salário.

O entendimento do que é outplacement é o primeiro passo para criar uma marca empregadora forte no mercado. Além disso, oferecer programas de bem-estar corporativos, como o Wellhub, não só demonstra um cuidado genuíno com os colaboradores, mas também fortalece a reputação das empresas como excelentes lugares para se trabalhar. Essas iniciativas melhoram o employer branding das organizações, ao atrair e reter talentos, reforçar o engajamento e a satisfação da equipe enquanto promove o bem-estar de todos.

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