Bem-Estar Corporativo

Workaholic: como identificar e ajudar o trabalhador compulsivo

Última alteração 24 de fev. de 2025

Tempo de leitura: 6 minutos
Entenda o que é workaholic e como identificar pessoas viciadas em trabalho. Descubra o que a empresa pode fazer para ajudar esses colaboradores.

Uma pesquisa recente apontou que 1/3 das pessoas mundo afora trabalha mais de 48 horas por semana, ou quase 10h de trabalho por dia. No Japão, um dos efeitos nefastos dos longos períodos à disposição da empresa ganhou nome próprio: karoshi, ou, literalmente, morte por excesso de trabalho.

A cultura do work hard, play hard (trabalhe duro, divirta-se muito) ainda é difundida e enaltecida, pois acredita-se que o sucesso profissional é decorrente de uma rotina laboral frenética aliada à hiperconectividade, e a diversão é um meio de contrabalançar a jornada de trabalho exaustiva.

Essa falsa ideia de equilíbrio, a competitividade no mundo corporativo, a vaidade e certos padrões de comportamento individuais podem levar um colaborador a se tornar um workaholic.

Mulher encostada em uma parede, olhando para um celular em uma das mãos e segurando uma pasta com a outra.

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    O que é workaholic?

    Workaholic é um trabalhador compulsivo, alguém que se dedica de modo incessante às suas atividades profissionais, mas que experimenta as consequências negativas dessa prática, como o esgotamento físico e emocional, a ansiedade ou o estresse ocupacional

    O termo, que data de 1971, é a junção em inglês das palavras work (trabalho) + alcoholic (alcoólatra), fazendo alusão ao vício em trabalho. Inicialmente usado como um trocadilho, acabou se transformando em um dos assuntos controversos no universo empresarial.

    Altos níveis de envolvimento e engajamento no trabalho não necessariamente caracterizam dependência. Se existe prazer, propósito e manutenção da qualidade de vida enquanto a pessoa desempenha suas tarefas, isso pode significar satisfação genuína com o emprego e com a empresa. Classificar alguém como workaholic requer uma análise aprofundada da motivação por trás das longas jornadas dedicadas ao trabalho.

    Sintomas de um workaholic

    Como mencionado, ser workaholic não é um hábito saudável, e os trabalhadores compulsivos podem apresentar uma série de sintomas indicativos do excesso de atividades laborais. Entre eles, existe:

    • Irritabilidade e mau humor
    • Déficit de atenção
    • Distúrbios do sono (sonolência ou insônia)
    • Instabilidade emocional
    • Baixa autoestima
    • Crises de ansiedade
    • Cansaço

    Se não tratados, os problemas decorrentes do vício em trabalho podem evoluir para condições mais severas, como a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o estresse crônico e a síndrome de burnout.

    Como identificar um colaborador workaholic?

    Colaboradores workaholics trabalham em demasia, com o objetivo de cumprir prazos. Os motivos são sentimentos de culpa, insegurança e autocobrança, ou desejo de impressionar as lideranças, os colegas, a família e até a sociedade em geral. Algumas características de pessoas viciadas em trabalho são:

    1. Relação de dependência com o trabalho

    Workaholics começam sua jornada de trabalho cedo e raramente encerram suas atividades no horário regular. Esses colaboradores tendem a acumular horas extras, mas o propósito não é apenas conseguir um incremento na remuneração; pessoas viciadas em trabalho acreditam que as chances de realização pessoal e progressão na carreira estão diretamente atreladas à quantidade de horas destinadas à empresa.

    1. Negligência em relação à saúde e à vida pessoal

    Workaholics podem ser adeptos ao sedentarismo, pois assumem que o tempo dedicado à saúde pode ser melhor aproveitado na empresa. Aliás, pessoas viciadas em trabalho acreditam que nunca têm tempo para atividades de lazer, hobbies ou para o convívio familiar. Trabalhadores compulsivos pouco usufruem de férias, não conseguem se desligar dos projetos profissionais em andamento e fazem da casa, da praia ou do telefone celular uma extensão do escritório.

    1. Estado de preocupação constante

    Workaholics estão sempre alarmados em relação ao cumprimento de prazos e metas, apreensivos com a qualidade de suas entregas ou preocupados com a sua imagem profissional. Esse constante estado de impaciência e ansiedade no trabalho tende a afetar a relação com os colegas que não adotam a mesma postura. Trabalhadores compulsivos podem sentir que os demais integrantes da equipe não se empenham da mesma forma, gerando frustração e ressentimento.

    Como o RH pode ajudar os colaboradores viciados em trabalho

    Sabendo que problemas de saúde afetam a produtividade, o RH deve atuar em parceria com as lideranças para identificar e combater o vício no trabalho, antes que comece a prejudicar o bem-estar dos colaboradores e os resultados da empresa. Algumas ações úteis incluem:

    Adaptar a cultura organizacional

    cultura corporativa reflete a missão, a visão e os valores da empresa. Se a organização prioriza o bem-estar, a qualidade de vida, a flexibilidade e a autonomia, tais princípios devem ser traduzidos em ações.

    Em outras palavras, o RH e as gerências devem comunicar e colocar em prática bons exemplos que sirvam de inspiração para o resto do time. Se alguém está em descompasso com o fit cultural desejado, você pode intervir por meio do diálogo, de treinamentos ou sugerir ajuda profissional especializada.

    Incentivar pausas durante o expediente

    Após algumas horas ininterruptas de trabalho, o corpo e o cérebro já não operam com o mesmo desempenho. A energia e a concentração diminuem, e a criatividade fica comprometida. Daí a importância de fazer pausas regulares.

    Seja para tomar um café, almoçar com os colegas ou para participar de sessões de ginástica laboral promovidas pela empresa, é preciso incentivar os colaboradores a estabelecer pequenos intervalos durante o expediente como forma de impedir que o comportamento workaholic se instale.

    Estabelecer acordos de trabalho com seu time

    Outra iniciativa para ajudar os workaholics é definir limites. Você deve esclarecer quais são as prioridades, estipular metas factíveis e explicar o funcionamento dos indicadores para medir o progresso e o desempenho de cada colaborador. Se necessário, redirecione tarefas e restrinja a disponibilidade online nos períodos de descanso obrigatório, previstos na CLT.

    semana de trabalho de quatro dias é uma realidade bem-sucedida em diversos países, mas ainda um projeto embrionário no Brasil. Enquanto o modelo não é regulamentado por aqui, você pode instituir formas alternativas (como o home office) para que as pessoas ganhem tempo para concentrar-se em outros afazeres voltados à saúde ou ao lazer.

    Implementar ou aperfeiçoar o programa de bem-estar corporativo

    Como o vício em trabalho se dá no ambiente corporativo, é natural que a empresa esteja comprometida em encontrar uma solução. Um programa de bem-estar integral é uma excelente iniciativa.

    Além de atividades físicas e práticas de autoconhecimento como o mindfulness, sua estrutura de incentivos também deve contemplar soluções que abordem as demais dimensões do bem-estar, proporcionando uma experiência completa aos colaboradores.

    reconhecimento profissional, por exemplo, favorece a esfera ocupacional, enquanto políticas de educação e planejamento financeiro na empresa podem trazer mais segurança ao seu time quanto o assunto é dinheiro.

    O bem-estar como aliado no combate ao workaholism

    Segundo o Panorama do Bem-Estar Corporativo 2024, a adesão ao Gympass pode reduzir as despesas de saúde da empresa em até 35% e as taxas de turnover (rotatividade de pessoal) são cerca de 40% menores.

    Assim como qualquer outro vício, deixar de ser workaholic exige força de vontade e disciplina. Não raro, a ajuda da família, dos amigos e de profissionais especializados será necessária e de grande importância.

    O departamento de Recursos Humanos pode atuar em paralelo, encorajando hábitos saudáveis e esclarecendo dúvidas sobre os benefícios corporativos e as ferramentas de apoio à saúde mental oferecidos pela empresa.

    Se você deseja saber detalhes sobre os inúmeros mecanismos que podem ser usados para melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores através de uma plataforma de bem-estar corporativo como o Wellhub, converse com um de nossos especialistas.

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    Wellhub Editorial Team

    A Equipe Editorial do Wellhub traz aos líderes de RH as informações necessárias para promover o bem-estar dos colaboradores. Em um cenário profissional em rápida evolução, nossas pesquisas, análises de tendências e guias práticos são ferramentas importantes para levar cada vez mais satisfação e saúde ao ambiente de trabalho.


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