Principais tendências de RH para 2024
Chegando à metade da terceira década do século XXI, já passamos por eventos e crises que remodelaram e redefiniram a maneira como vivemos, trabalhamos e pensamos o mundo.
Muitas das mudanças de paradigma que se iniciaram nos últimos anos já se estabeleceram como parte integral do cotidiano das empresas. O setor de Recursos Humanos está se revolucionando em uma velocidade vertiginosa devido aos avanços tecnológicos e à crescente necessidade de inovação e reinvenção. Nesse contexto, as novas tendências de RH são cruciais para manter o fluxo de trabalho e adaptar as práticas e estratégias de pessoal à nova realidade.
Seja para atrair e reter talentos, aprimorar processos de gestão de pessoas ou melhorar as condições oferecidas à sua equipe, acompanhar os últimos desenvolvimentos do setor é uma ótima forma de se manter a par das novidades e se preparar para fazer frente aos desafios do trabalho. Confira a seguir quais são as principais tendências de RH para 2024 e o que elas representam para sua empresa.
- Aprendizado contínuo e desenvolvimento
Durante o isolamento provocado pela pandemia do coronavírus, muitas pessoas recorreram aos estudos para ocupar o tempo livre. Seja aprendendo algo novo, estudando um idioma ou praticando habilidades antigas, esse fenômeno foi um lembrete do poder que adquirir conhecimentos tem sobre nossas vidas. Aprender leva ao aprimoramento pessoal e profissional, o que também é uma vantagem para as organizações.
Uma das principais tendências de RH em 2024 também será focada na aprendizagem. As empresas farão investimentos para oferecer aos colaboradores oportunidades de adquirir novas habilidades, crescer e alcançar sucesso na carreira. A chave para fazer do aprendizado contínuo uma realidade é proporcionar soluções personalizadas e torná-las disponíveis em todo momento e em qualquer lugar. Nesse âmbito, as soluções digitais e online apresentam diversas opções para as empresas.
- Diversidade, inclusão e equidade
Os benefícios e vantagens de uma força de trabalho diversa não são nenhum segredo. A maioria das empresas tem investido em políticas e esforços para atrair, promover e cultivar equipes multiculturais. Essa tendência de RH permanecerá em 2024 e deve se intensificar ainda mais. Afinal, não adianta apenas implementar programas que estimulem a diversidade na contratação de talentos, mas pouco fazem para realizar mudanças na cultura organizacional e promover, de fato, a inclusão e a sensação de pertencimento.
É necessário tomar medidas concretas e práticas em toda a organização e tornar a diversidade e inclusão uma parte integral dos valores da empresa. Isso pode ser feito por meio da democratização do acesso às oportunidades, de sistemas baseados em equidade e de contratações focadas em habilidades e competências. O tema continuará mais relevante do que nunca para o RH do futuro.
- Reskilling e mobilidade interna
Dado o cenário econômico no momento, diversos fatores podem forçar as empresas a fazer cortes, particularmente na área de recrutamento. O RH precisa, então, ser engenhoso e criativo. Existem situações em que talvez valha mais a pena aproveitar os talentos já presentes na equipe do que procurar alguém no mercado de trabalho.
Isso significa que, antes de decidir procurar novos candidatos, a equipe de recrutamento pode conduzir uma análise interna para saber se o profissional de que precisa já está na empresa. Se for o caso de um colaborador não ser totalmente compatível com uma nova vaga, ele pode passar por um processo de requalificação, ou reskilling, que o ajudará a conquistar os conhecimentos e as habilidades necessárias para assumir o cargo em questão. Isso não só economiza gastos com seleção e integração, mas também garante o fit cultural e mostra à sua equipe atual o valor que ela tem para a empresa.
- O poder da inteligência artificial
A inteligência artificial chegou para ficar, e é tendência atual e futura também no RH. Cada vez mais, sua presença deve se tornar generalizada, seja para automatizar tarefas repetitivas ou otimizar processos e focar nos elementos que realmente fazem a diferença na gestão de pessoas. Empresas já usam essa tecnologia para buscar talentos, analisar currículos e integrar novos colaboradores com mais facilidade e eficiência.
Seis em cada dez profissionais de RH já usam inteligência artificial nas suas rotinas profissionais. Seguindo esse caminho, as chamadas ferramentas ATS, Applicant Tracking System (Sistema de Rastreamento de Candidatos), prometem ser a estrela da vez, tornando o processo de divulgação de vagas, atração de talentos e triagem de perfis muito mais rápido e otimizado.
- Cultura corporativa como fator essencial
Ao buscar um emprego, os profissionais de hoje preferem empresas que ofereçam vantagens para além de um bom salário, o que inclui uma sólida reputação empresarial e uma identidade cultural bem definida. Por isso, a ênfase na cultura corporativa continuará entre as principais tendências de RH em 2024.
As lideranças precisarão mostrar aos candidatos como é trabalhar em sua empresa, que tipo de perfil estão procurando e por que vale a pena fazer parte da equipe. É necessário elaborar estratégias para atingir todas as gerações, em especial os millennials e a geração Z, que estão crescendo cada vez mais em número no mercado de trabalho e trazem consigo mudanças de paradigma e de perspectiva.
Isso também vale para quem já faz parte do quadro de colaboradores da empresa. Um estudo da Think Work Lab aponta que um dos principais desafios das organizações atualmente é fortalecer sua cultura corporativa. Dada sua relevância para os negócios, o tema continuará a mover opiniões e investimentos. Afinal, a cultura é a fundação que sustenta e influencia outros elementos essenciais para o sucesso de uma organização, como o employer branding, o clima organizacional, o engajamento dos colaboradores e a satisfação no trabalho.
- Harmonia entre trabalho e vida pessoal
Por muito tempo, pensamos que trabalho e a vida pessoal eram dois elementos distintos e separados. Mas agora, vemos que, se um lado estiver prejudicado, o outro também sofrerá as consequências. Os programas e investimentos para contribuir para uma relação saudável entre vida pessoal e profissional continuarão em alta.
É importante destacar que não se trata de buscar um equilíbrio ideal e quase utópico, mas sim de contribuir para o bem-estar e a saúde integral dos colaboradores, bem como para sua qualidade de vida no trabalho e fora dele. Assim, as pessoas podem trabalhar, viver bem e exercer suas faculdades físicas, emocionais e intelectuais sem problemas ou preocupações desnecessárias, dentro e fora do horário de trabalho.
- People Analytics: a magia dos dados
As gerências e lideranças das empresas já se habituaram a trabalhar com análise de dados. People Analytics tem sido usado cada vez mais para aproveitar o potencial estratégico das informações dos colaboradores. Muitas empresas já estão usando sistemas especialmente projetados para coletar, processar e interpretar um enorme volume de dados e compreender melhor sua equipe. Isso pode ser útil para:
- analisar o perfil das pessoas que se candidatarem a uma vaga
- avaliar o desempenho dos colaboradores
- planejar ações sob medida para sua força de trabalho
- estabelecer padrões de comportamento
- orientar a tomada de decisões e a criação de soluções organizacionais estratégicas.
Uma pesquisa recente demonstra o poder que a tecnologia tem para identificar problemas sistêmicos e orientar soluções para toda a empresa. Usando a combinação de decisões estratégicas baseadas em evidências e em People Analytics, o RH está entrando em uma nova era.
- Reinvenção e realinhamento do RH
O RH já se reinventou diversas vezes e tem passado por esse processo de forma ainda mais marcante nas últimas décadas. De departamento pessoal focado em processos a parceiro estratégico voltado para o capital humano e para a employee experience, as empresas viram a função crucial que o setor desempenha. Contudo, as circunstâncias e variantes do mercado global continuarão a exigir ainda mais mudanças e adaptações.
Algumas lideranças, entretanto, ainda têm uma visão que limita os Recursos Humanos a um papel operacional. Contudo, o RH estratégico tem sido decisivo para o sucesso dos negócios, dada a sua importância quando o assunto é engajamento e bom desempenho dos colaboradores.
Para enfrentar esses e outros desafios no futuro, a tendência é que o RH se reposicione como facilitador de transformações nas empresas, investindo mais no desenvolvimento de habilidades, na adoção de soluções digitais e na participação ativa como agente gerador de valor para a organização.
- Regimes de trabalho flexíveis
O que parecia ser apenas uma necessidade durante tempos de isolamento social, acabou se tornando um movimento que chegou para ficar. Uma pesquisa publicada recentemente aponta que mais de 70% das empresas pretendem manter ou ampliar o trabalho remoto. No entanto, nem toda profissão permite esse regime de modo integral e nem toda empresa quer todo seu pessoal trabalhando de casa. Tal questão exige que as organizações deem mais flexibilidade às suas equipes para que possam encontrar o acordo que satisfaça ambas as partes.
Os profissionais já deixaram claro que priorizam oportunidades de trabalho flexíveis, por isso, adotar a flexibilidade contribui para a diminuição do turnover e para o aumento do nível de satisfação no trabalho. Além disso, é necessário estruturar bem a comunicação, adequar suas ferramentas e compreender como funciona o trabalho assíncrono. São tendências que devem ser estudadas, principalmente para decidir se tais novos modelos, remotos ou híbridos, são apropriados para sua empresa.
- Gamificação
A gamificação tem sido amplamente usada para o treinamento de equipes em vários setores, em iniciativas de endomarketing e como ferramenta de estímulo ao engajamento. Trata-se de uma metodologia de aprendizagem que usa mecânicas e elementos de games (jogos) como principal recurso para otimizar a capacitação profissional e pessoal. Tal método já é tendência há algum tempo, mas tem ganhado cada vez mais força e destaque nas empresas devido ao seu caráter dinâmico e à competitividade saudável criada entre os colaboradores.
Veja alguns exemplos práticos que você pode adaptar para incentivar a produtividade ou o desenvolvimento profissional:
- necessidade de passar de fases para evoluir em um projeto ou treinamento
- alcançar metas e objetivos para ganhar bonificações e prêmios
- conduzir simulações para melhorar a colaboração entre as equipes
- criar rankings de desempenho
- desenvolver sistemas de prioridades divididos em missões
- distribuir questionários rápidos em forma de quiz sobre regras, códigos de conduta e regulamentos da empresa
- realizar competições virtuais com medalhas e premiações.
- Desenvolvimento de lideranças humanas
Cultivar engajamento, motivação e alto desempenho nas equipes é um desafio que exige líderes bem preparados para direcionar as pessoas. As demandas e exigências do trabalho têm causado sobrecarga em 50% dos líderes e liderados, o que pode provocar desânimo e problemas de produtividade generalizados.
A tendência para os próximos anos é investir na capacitação e desenvolvimento de lideranças, e em estratégias inovadoras para aprimorar as habilidades dos líderes. Tais profissionais devem liderar de forma humana e reconhecer sua capacidade de transformar os resultados da empresa. Além disso, é preciso haver clareza a respeito das expectativas e desafios da função, incentivar hábitos saudáveis e usar a tecnologia para remover gargalos dos processos gerenciais.
- Feedback e ferramentas de apoio
O feedback é um elemento essencial para o engajamento dos colaboradores, seu desenvolvimento profissional e a manutenção de bons níveis de desempenho e produtividade. A tendência nesse sentido é que as organizações invistam na criação de estratégias para melhorar o reconhecimento de suas equipes e elevar a motivação e o moral.
Plataformas de questionário, pesquisas de pulso, ferramentas de colaboração e metodologias diferenciadas de feedback estarão cada vez mais presentes no planejamento de RH. Assim, é possível melhorar a comunicação na empresa, promover o entendimento entre as expectativas das partes envolvidas e contribuir para o alinhamento de metas e objetivos entre as lideranças e as equipes.
- RH e tecnologia: uma dupla imbatível
Além da automação viabilizada pela inteligência artificial e das ferramentas discutidas anteriormente, a tecnologia oferece ao RH uma enorme oportunidade de empoderamento. O uso de bots e assistentes virtuais em espaços profissionais, por exemplo, tem levado a uma força de trabalho mista em que pessoas e robôs trabalham juntos de forma colaborativa. Essa abordagem híbrida aproveita os pontos fortes de ambas as partes, resultando na otimização das operações, maior eficiência nos esforços e em experiências aprimoradas no trabalho.
Com tal tecnologia à disposição das empresas, é possível gerar mais transparência, melhorar a comunicação interna e automatizar atividades operacionais para investir seu tempo no elemento humano do RH.
- Employee experience e bem-estar
A employee experience tem se tornado um tema muito discutido no mundo corporativo, e sua importância para o desenvolvimento e o engajamento dos colaboradores explica tal popularidade. O conceito cresceu em relevância durante os anos de 2020 a 2022, quando as empresas precisaram se adaptar para oferecer aos colaboradores as condições e recursos necessários para trabalharem em diversos locais, devido às restrições impostas em decorrência da pandemia.
Agora, o termo ganhou ainda mais profundidade, já que as organizações compreenderam que também devem incluir na experiência das equipes as várias dimensões de seu bem-estar, dentro e fora do horário de trabalho. O Panorama do Bem-Estar Corporativo 2024 revelou que os colaboradores consideram benefícios e programas voltados para a qualidade de vida tão importantes quanto o próprio salário. A tendência de RH nesse âmbito é considerar como expandir a employee experience para abranger aspectos físicos, financeiros e emocionais.
Bem-estar como tendência para seus colaboradores
O bem-estar é um tópico que tem dominado as estratégias de RH há alguns anos, e isso deve continuar no futuro. O foco deve ser em esforços que contribuam para a qualidade de vida dos colaboradores, evitem problemas de saúde ocupacional e combatam a tão temida síndrome do burnout. Sabemos que ações positivas a esse respeito impulsionam a produtividade, por isso incluir um programa de bem-estar nos benefícios corporativos ou no pacote de Total Rewards da sua empresa pode ser uma ótima decisão.
90% das empresas atestam que investir em bem-estar traz um retorno positivo. E quando o assunto é a saúde e a qualidade de vida da sua equipe, o Wellhub tem uma solução holística que atende às necessidades específicas dos seus colaboradores.
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Referências
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- SERRANO, Layane. Empregados preferem home office ou trabalho híbrido; empresas, o presencial. Como ter um consenso? Exame, 2023. Disponível em: https://exame.com/carreira/empregados-preferem-home-office-ou-trabalho-hibrido-empresas-o-presencial-como-ter-um-consenso/. Acesso em: 05 de dezembro de 2023.
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- DA SILVA, Andréia, RUFFATO, Róger. BEM-ESTAR no trabalho: ações positivas impulsionam a produtividade. Metadados, 2023. Disponível em: https://www.metadados.com.br/blog/bem-estar-no-trabalho. Acesso em: 08 de dezembro de 2023.
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