Bem-Estar Corporativo

Faltas injustificadas no trabalho: entenda as implicações e como evitá-las

Última alteração 18 de set. de 2025

Tempo de leitura: 5 minutos
Homem sentado em um espaço de trabalho, concentrado em suas anotações, simbolizando reflexão e prática da comunicação não violenta no ambiente corporativo.

Manter equipes presentes e engajadas é um dos maiores desafios das organizações modernas. Quando surgem faltas injustificadas, o impacto vai muito além de um dia perdido: a produtividade diminui, os custos aumentam e o clima de trabalho pode ser prejudicado. Em muitos casos, essas ausências funcionam como um sinal de alerta, revelando desde situações pessoais delicadas até falta de motivação ou de conexão com a cultura da empresa.

Mais do que cumprir as exigências da CLT, compreender as causas do absenteísmo e criar políticas eficazes é uma forma de proteger tanto a saúde do negócio quanto o bem-estar da equipe. Neste artigo, você vai entender o que caracteriza uma falta injustificada, quais são as implicações legais previstas na legislação trabalhista e como estratégias de gestão e bem-estar podem ajudar a reduzir esse problema.

O que caracteriza uma falta injustificada no trabalho?

Uma falta injustificada ocorre quando um colaborador não comparece ao trabalho sem apresentar justificativa válida dentro da legislação trabalhista ou das políticas internas da empresa.

Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), existem situações específicas em que a ausência pode ser considerada justificada, desde que o trabalhador forneça a devida comprovação. 

Entre as justificativas válidas previstas pela CLT, destacam-se:

  • Atestado médico emitido por profissional habilitado.
  • Participação como jurado ou em audiências judiciais.
  • Casamento, com até três dias consecutivos de licença.
  • Falecimento de cônjuge ou parentes próximos, com até dois dias consecutivos.

Faltas que não se enquadram nesses critérios ou que não são acompanhadas por documentação válida podem ser classificadas como injustificadas. Isso vale para atrasos prolongados, ausências em sequência sem aviso prévio ou faltas sem motivo legítimo.

Ter políticas internas claras sobre prazos e procedimentos para a apresentação de documentos é essencial nestes casos. Uma gestão transparente ajuda a reduzir mal-entendidos e fortalece a confiança entre empresa e colaboradores.

Quais são as implicações legais das faltas injustificadas segundo a CLT?

A legislação brasileira prevê consequências diretas para as faltas injustificadas. Além de gerar desconto salarial, elas podem impactar benefícios e resultar em medidas disciplinares.

  • Desconto salarial: de acordo com o artigo 58 da CLT, a ausência sem justificativa permite que o empregador desconte o valor proporcional do salário correspondente ao dia não trabalhado. Além disso, outros benefícios, como adicional noturno ou descanso semanal remunerado, podem ser impactados.
  • Perda do descanso semanal remunerado (DSR): quando a falta injustificada ocorre em uma semana, o colaborador pode perder o direito ao DSR daquele período, ampliando o impacto financeiro da ausência.
  • Redução no cálculo de férias e 13º salário: o artigo 130 da CLT determina que, dependendo do número de faltas não justificadas em um ano, o período de férias remuneradas pode ser reduzido proporcionalmente.
  • Sanções disciplinares: em casos de reincidência ou quando a ausência compromete operações críticas, a empresa pode aplicar medidas como advertências, suspensões ou, em último caso, a rescisão do contrato de trabalho por justa causa, conforme prevê o artigo 482 da CLT.

Essas implicações reforçam a importância de manter registros adequados e comunicar claramente as regras para evitar conflitos ou mal-entendidos.

Como o RH deve lidar com faltas injustificadas?

Gerenciar esse tipo de ausência exige uma postura equilibrada. É preciso aplicar as normas previstas na CLT e nos regulamentos internos, mas também manter uma abordagem empática para compreender as causas do problema. Veja algumas boas práticas a seguir. 

Identificação e registro

O primeiro passo é registrar a ausência no sistema de controle de ponto ou em planilhas específicas. Um histórico detalhado ajuda a acompanhar padrões de absenteísmo e a justificar ações corretivas, se necessário.

Comunicação direta

Ao identificar a falta, o gestor ou o RH deve entrar em contato com o colaborador para entender os motivos da ausência. Muitas vezes, questões pessoais, como problemas de saúde ou dificuldades familiares, podem estar por trás do comportamento.

Aplicação de medidas disciplinares

Caso a ausência seja confirmada como injustificada, a empresa deve seguir as normas previstas em seu regulamento interno. Isso pode incluir:

  • Envio de uma advertência por escrito, explicando as implicações de novas ocorrências.
  • Descontos salariais e impacto em benefícios, conforme previsto na CLT.
  • Ações progressivas, como suspensão ou encaminhamento para desligamento, em casos graves.

Prevenção e suporte

O objetivo do RH deve ser criar um ambiente que reduza as causas das faltas injustificadas. Para isso, é importante:

  • Revisar as políticas de comunicação interna para garantir que os colaboradores compreendam as regras e os direitos trabalhistas.
  • Implementar programas de suporte, como iniciativas de saúde mental, para lidar com problemas pessoais que possam estar contribuindo para o absenteísmo.

Como promover uma cultura de comprometimento e reduzir faltas injustificadas?

Lidar com faltas injustificadas exige equilíbrio entre a aplicação das normas legais e o cuidado com o bem-estar dos colaboradores. Mais do que identificar e corrigir comportamentos, as empresas devem investir em estratégias de prevenção e suporte, criando uma cultura de transparência, engajamento e comprometimento. Essa postura não apenas reduz o absenteísmo, mas fortalece a confiança mútua e promove um espaço mais colaborativo.

Ao tratar a falta injustificada no trabalho como um indicador — e não apenas como uma falha —, gestores de RH podem identificar problemas estruturais, ajustar políticas de comunicação interna e oferecer recursos que façam diferença no dia a dia dos colaboradores. Programas de apoio emocional, benefícios que valorizem a saúde física e mental e iniciativas voltadas à qualidade de vida são ferramentas que contribuem para um ambiente mais saudável e produtivo.

Empresas que investem em bem-estar corporativo também colhem benefícios em termos de retenção de talentos e performance. Colaboradores que se sentem cuidados tendem a apresentar maior motivação, engajamento e disposição para contribuir com os resultados da organização. Esse ciclo positivo reduz o número de faltas injustificadas e aumenta a percepção de valor em relação à cultura empresarial.

Se a sua empresa busca reduzir o absenteísmo e fortalecer o engajamento, o próximo passo é contar com apoio especializado. Fale com um especialista do Wellhub e descubra como implementar um programa que atenda às necessidades específicas da sua equipe.

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Referências


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Wellhub Editorial Team

A Equipe Editorial do Wellhub traz aos líderes de RH as informações necessárias para promover o bem-estar dos colaboradores. Em um cenário profissional em rápida evolução, nossas pesquisas, análises de tendências e guias práticos são ferramentas importantes para levar cada vez mais satisfação e saúde ao ambiente de trabalho.


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