Bem-Estar Corporativo

Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026: como o avanço da abordagem holística está redefinindo o ambiente de trabalho

Última alteração 23 de out. de 2025

Tempo de leitura: 8 minutos
Pessoa em escritório com prancheta, ao lado do título “Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026 – Insights inéditos de colaboradores”.

O estudo Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026 revela uma mudança definitiva no estilo de vida dos colaboradores: as pessoas têm abandonado a mentalidade de trabalhar até a exaustão para construir rotinas voltadas ao bem-estar. O estresse, o burnout e a rigidez das políticas de retorno ao trabalho presencial têm impulsionado essa mudança, enquanto academias, estúdios de bem-estar e espaços ao ar livre ganham força como novos “terceiros lugares” para recarregar as energias, conectar-se com outras pessoas e cultivar hábitos saudáveis. O que, antes, era visto apenas como um extra nos pacotes de benefícios, agora se tornou uma expectativa básica que tem moldado a forma com as pessoas vivem, trabalham e avaliam as empresas onde trabalham ou querem trabalhar.

No mundo todo, o recado é direto: bem-estar não é mais uma regalia, é uma prioridade diária. Os profissionais esperam cada vez mais que as empresas ofereçam apoio integral aos cinco pilares do bem-estar: atividade física, mindfulness, terapia, nutrição e qualidade do sono. Os gestores de RH que adaptarem seus programas a essa realidade terão uma vantagem clara não somente para atrair e reter talentos, mas também na produtividade e engajamento da força de trabalho. Não se trata de uma expectativa específica de um país ou faixa etária: é uma transformação cultural global que têm redefinido o cenário moderno do trabalho.

Banner do estudo “Panorama do Bem-Estar Corporativo 2026” com chamada para acessar tendências sobre o futuro do trabalho.

As pressões que colocam bem-estar em primeiro lugar

Os trabalhadores, em especial as gerações mais jovens, têm enfrentado níveis recordes de estresse e burnout: mais da metade da Geração Z (55%) e dos Millennials (55%) relatam um aumento no estresse ano a ano, em comparação com 47% da Geração X e 38% dos Baby Boomers.

Percentual de colaboradores que dizem ter mais estresse no último ano: Baby Boomers 38%, Geração X 47%, Millennials e Geração Z 55%, total 53%.

De modo geral, 90% dos colaboradores afirmam ter apresentado sintomas de burnout no último ano, sendo que quase 4 em cada 10 (39%) sentem esses sintomas pelo menos uma vez por semana. Aqui, não falamos de um pico temporário de pressões, mas de tensão contínua que ameaça tanto o bem-estar individual quanto o desempenho das empresas. 

Contudo, os profissionais deixaram de simplesmente aceitar essa realidade e passaram a reorganizar suas vidas por conta dela: 95% concordam que os aspectos físico, mental, emocional e social do bem-estar estão interligados, e 46% concordam plenamente. 64% afirmam que, hoje, priorizam mais o bem-estar do que há cinco anos. 

As estratégias adotadas são intencionais e integradas: treinar (59%), dormir mais (56%), passar tempo com a família e os amigos (47%) e comer bem (46%). Esses hábitos deixam claro que o bem-estar não é algo para ser encaixado “quando sobra tempo”, mas sim parte essencial do dia a dia.

Praticar exercícios (59%) e dormir mais (56%) são os métodos mais usados, seguidos por convívio social (47%) e boa alimentação (46%).

O aumento da popularidade de “terceiros lugares” voltados ao bem-estar reforça essa transformação: 91% dos colaboradores afirmam que passar um tempo em academias, estúdios de yoga ou espaços recreativos melhora a capacidade de lidar com o estresse do trabalho. Esses espaços deixaram de ser vistos como luxo e tornaram-se indispensáveis para a rotina das pessoas: três quartos (74%) os visitam pelo menos uma vez por semana, e 21%, diariamente. 

Eles promovem senso de pertencimento e compromisso: 62% dizem que o apoio de uma comunidade é fundamental para manter hábitos saudáveis, enquanto 83% afirmam que se sentiriam mais motivados a participar de uma iniciativa de bem-estar se ela trouxesse componentes em grupo ou comunitários.

No entanto, ainda existem barreiras: metade dos colaboradores citam a falta de tempo, 27% apontam a falta de motivação e 23%, o custo. Essas dificuldades aumentam a pressão sobre as empresas, já que quase metade (47%) dos colaboradores declara esperar mais apoio ao bem-estar no trabalho em relação ao ano passado.

Principais obstáculos ao uso de benefícios de bem-estar: falta de tempo (50%), motivação (27%) e custo ou horários incompatíveis (23%).

Além do aspecto físico, esses terceiros lugares têm se consolidado como referências culturais. São locais onde as pessoas se conectam, fortalecem laços de comunidade e recarregam a energia para lidar com os desafios profissionais e pessoais. Eles também têm papel importante no combate à solidão e ao isolamento, que ainda afetam amplamente a força de trabalho global. Quando as pessoas se encontram nesses espaços, além de cuidar da saúde física e mental, criam vínculos sociais que se convertem em colaboração e resiliência no ambiente profissional.

Como anda o bem-estar dos colaboradores

Apesar dessas mudanças no estilo de vida, o bem-estar dos trabalhadores como um todo continua em declínio. Em 2025, apenas 54% avaliaram seu bem-estar como bom ou ótimo, uma queda em relação aos 63% de 2024. Essa piora não vem de uma causa isolada, mas da junção de longas jornadas de trabalho, falta de descanso e pouco apoio das empresas.

Principais obstáculos ao uso de benefícios de bem-estar: falta de tempo (50%), motivação (27%) e custo ou horários incompatíveis (23%).

O estresse no trabalho e sono de má qualidade são os principais fatores de desgaste: 44% relatam que dormir pouco prejudica seu bem-estar, enquanto 40% dizem que é o estresse do trabalho. Olhando mais de perto, quase metade (47%) afirma que perde o sono por conta da ansiedade ou do estresse, comprometendo a recuperação necessária para manter a produtividade.

Principais fatores citados: sono insatisfatório (44%), estresse no trabalho (40%), falta de exercícios e inflação (30%).

Embora 57% reconheçam a importância do mindfulness, a prática ainda é irregular: apenas 22% o fazem diariamente. Essa inconsistência evidencia um descompasso entre o saber e o agir e, para muitos, aponta a necessidade de um suporte mais estruturado. Assim como o mindfulness, a terapia tem ganhado destaque como uma via essencial de cuidado, e as gerações mais jovens recorrem cada vez mais a esse recurso: 68% da Geração Z e 59% dos Millennials consideram a terapia fundamental para o seu bem-estar, contra 45% da Geração X e 33% dos Baby Boomers.

A saúde física também sofre os impactos: 51% relatam que a falta de tempo impede a prática de exercícios, já 26% citam a falta de motivação. Quando praticam, os colaboradores buscam atividades acessíveis e estimulantes: 32% escolhem a corrida e 23%, a musculação. Essas escolhas revelam a vontade de se movimentar, mas também a dificuldade de integrar os exercícios à rotina atribulada. O efeito cumulativo dessa barreira é uma equipe consciente das próprias necessidades, mas limitada quando se trata de manter a constância. 

Programas de bem-estar estruturados ajudam a suprir essa falta. Os colaboradores que têm acesso a essas iniciativas relatam melhores índices de bem-estar em todos os quesitos: 61% avaliam bem sua saúde mental, contra só 40% dos que não têm acesso. Esses programas contribuem para amenizar os efeitos do estresse, da privação de sono e da falta de atividade física, convertendo boas intenções em melhorias reais e sustentáveis.

Colaboradores com programas de bem-estar relatam níveis mais altos: bem-estar geral 61% vs 40%, mental 60% vs 43%, físico 60% vs 44%.

O ideal e o real

A discrepância entre o que os colaboradores precisam e o que as empresas oferecem é cada vez maior. A satisfação com os programas corporativos de bem-estar caiu para 29% em 2025, em comparação aos 41% de 2024, e apenas 44% afirmam que o bem-estar está de fato incorporado à cultura da empresa. Essa disparidade não é só uma questão de expectativas frustradas: mostra uma falta de confiança dos colaboradores em relação às empresas.

Percentual de colaboradores satisfeitos com o programa de bem-estar caiu de 41% em 2024 para 29% em 2025.

Os colaboradores buscam apoio integrado e completo que reflita a natureza interconectada da saúde física, mental e social. Entre as soluções mais requisitadas estão atividades físicas (24%), nutrição (24%), bem-estar financeiro (23%), acordos de trabalho flexíveis (23%), terapia (23%) e recursos para melhorar a qualidade do sono (22%).

Benefícios de bem-estar mais usados: atividades físicas e suporte nutricional (24%), seguidos por finanças, flexibilidade e terapia (23%).

Não é uma demanda por benefícios isolados, mas por um ecossistema que atenda a diversas necessidades. Na ausência disso, os colaboradores sentem que suas empresas falham, o que prejudica tanto o engajamento quanto a fidelidade. Essa insatisfação tem efeitos práticos: queda do moral, menor produtividade e aumento da rotatividade.

Essa diferença entre o ideal e o real revela uma mudança rápida nas expectativas dos colaboradores. Antes, um desconto na mensalidade de uma academia ou uma feira anual sobre bem-estar poderia ser o suficiente. Hoje em dia, as pessoas esperam ter acesso diário a recursos que as ajudam a controlar o estresse, manter a energia e cuidar da família. Elas querem programas flexíveis, digitais e inclusivos.

Bem-estar é pré-requisito para melhores talentos

O bem-estar tornou-se um fator decisivo nas decisões de carreira: 86% dos colaboradores afirmam que levarão em conta apenas empresas que priorizam o bem-estar ao procurar seu próximo emprego. Quase a mesma quantidade de pessoas (88%) afirmam que valorizam o bem-estar no trabalho tanto quanto o salário, destacando como o bem-estar tornou-se uma parte essencial da remuneração. Esses números mostram que o bem-estar agora é um componente chave da proposta de valor da empresa. 

O bem-estar também influencia percepções sobre liderança e confiança: 90% dos colaboradores que têm acesso a programas de bem-estar se sentem adequadamente remunerados, contra apenas 57% dos que não têm. 77% daqueles cujas empresas oferecem programas de bem-estar dizem que o RH se importa com seu bem-estar, contra apenas 38% daqueles cujas empresas não oferecem.

Essas diferenças mostram que os programas de bem-estar vão além da saúde; eles fortalecem a cultura, geram fidelidade e criam condições para o engajamento. Eles transformam a percepção dos colaboradores quanto a serem valorizados ou não pelas lideranças.

Com programas de bem-estar, 90% se sentem bem remunerados e 77% percebem cuidado do RH; sem programas, índices caem para 57% e 38%.

Quando as empresas negligenciam o bem-estar, as consequências são imediatas: 85% dos colaboradores afirmam que sairiam de uma empresa que não prioriza o bem-estar. Os Millennials e a Geração Z, que agora compõem a maioria da força de trabalho, são particularmente propensos a agir de acordo com essa convicção, o que agrava a urgência para as empresas agirem. O risco não é abstrato e se reflete em taxas de rotatividade, dificuldade para recrutar e enfraquecimento das marcas das empresas.

A conclusão para os líderes de RH

A forma como os profissionais vivem, trabalham e decidem as próximas etapas de suas carreiras tem se redefinido em torno do bem-estar. Para manter a competitividade, as empresas precisam:

  • Combater o estresse e o burnout com apoio integral aos cinco pilares do bem-estar.
  • Promover acesso a “terceiros lugares” e às ferramentas digitais que os colaboradores já usam para recarregar, interagir e criar hábitos saudáveis.
  • Diminuir o descompasso de benefícios e alinhar o que oferecem às expectativas dos colaboradores, com ecossistemas de apoio integral e holístico.
  • Enxergar o bem-estar como uma estratégia para atrair talentos e integrá-lo à cultura, às práticas da liderança e à rotina diária da empresa.

As empresas que saírem na frente na promoção do bem-estar também estarão em primeiro lugar na mente dos melhores talentos. Diante da evolução no atual cenário do trabalho, o bem-estar não é opcional, é um pré-requisito para todas as empresas. Investir em bem-estar não é apenas uma questão de ter colaboradores mais saudáveis, mas de criar culturas mais fortes, gerar mais confiança e construir organizações resilientes, preparadas para prosperar no futuro. 

As empresas que reconhecerem e abraçarem essas mudanças, se posicionam não apenas como a primeira escolha de quem busca um emprego, mas como promotoras de uma vida mais saudável e sustentável.

Acesse o estudo na íntegra e confira todos os insights e recomendações de especialistas. 


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Wellhub Editorial Team

A Equipe Editorial do Wellhub traz aos líderes de RH as informações necessárias para promover o bem-estar dos colaboradores. Em um cenário profissional em rápida evolução, nossas pesquisas, análises de tendências e guias práticos são ferramentas importantes para levar cada vez mais satisfação e saúde ao ambiente de trabalho.


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