Burnout materno: causas, sintomas e estratégias para prevenir o esgotamento
Última alteração 9 de set. de 2025

O burnout materno é uma realidade que afeta mães que trabalham fora em diferentes partes do mundo. Elas estão entre nós — como amigas, parentes, colegas de trabalho ou colaboradoras — e enfrentam diariamente uma sobrecarga de funções que vai muito além da maioria das outras pessoas.
Esse esgotamento físico e emocional já alcançou proporções preocupantes, mas ainda não recebe a atenção e a validação necessárias para garantir suporte adequado e melhores condições de vida para essas mulheres.
Não por acaso, muitas mães acabam deixando seus empregos, enquanto outras permanecem no mercado de trabalho, mas à beira do colapso. Neste conteúdo, você vai entender o que é burnout materno, conhecer suas principais causas, identificar os sintomas mais comuns e descobrir estratégias eficazes de prevenção. Continue a leitura e confira.
O que é burnout materno?
O burnout materno é semelhante ao profissional e também se caracteriza por um estado de esgotamento decorrente do estresse prolongado. A diferença está nos fatores desencadeadores, que envolvem os cuidados com a maternidade, somados às múltiplas tarefas e responsabilidades que muitas mulheres precisam assumir ao mesmo tempo.
Esse quadro costuma ser mais frequente entre o nascimento do bebê e os três primeiros anos de vida, fase que exige dedicação intensa. Quando essa rotina se soma às demandas da casa e da vida profissional, o desgaste tende a ser ainda maior.
Importante destacar que esse tipo de esgotamento é global: afeta corpo, mente e emoções. O impacto se manifesta em diferentes áreas, comprometendo a saúde, o desempenho no trabalho, o bem-estar e, consequentemente, a qualidade de vida.
Quais são as causas do burnout materno?
Cuidar de uma criança é uma tarefa que, por si só, envolve inúmeras responsabilidades, além de exigir tempo, energia e dedicação constante. Não é à toa que muitas mães, mesmo aquelas que se dedicam exclusivamente à maternidade, acabam se sentindo exaustas.
A situação se torna ainda mais desafiadora quando, além da maternidade, há também a vida profissional. Nesses casos, as mães que trabalham fora enfrentam uma jornada dupla ou até tripla, dividindo-se entre os cuidados com os filhos, as demandas do trabalho e, em muitos casos, as tarefas domésticas.
Por isso, o burnout materno não é causado por um único fator, mas sim pela soma de diferentes pressões que levam ao esgotamento físico e mental. A seguir, veja as principais causas desse quadro.
Sobrecarga de responsabilidades
A realidade das mulheres que são mães e profissionais é complexa. A rotina tende a ser corrida e repleta de compromissos, o que frequentemente resulta em sobrecarga.
Enquanto muitas pessoas precisam apenas levantar, tomar café e se preparar para o trabalho, a mãe que também exerce uma atividade profissional inicia o dia com diversas tarefas adicionais. Antes mesmo de cuidar de si, precisa garantir que a criança esteja pronta, organizada e preparada para começar a rotina. Só depois consegue se dedicar às próprias demandas.
Ao longo do dia, múltiplos detalhes exigem sua atenção, direta ou indiretamente. O pensamento permanece ocupado por uma grande quantidade de informações, o que gera sobrecarga mental.
Quando a jornada de trabalho termina, o cansaço já é evidente. Porém, ao chegar em casa, muitas vezes ainda restam tarefas domésticas a serem cumpridas. Essa soma de responsabilidades aumenta o desgaste e reduz o tempo disponível para o autocuidado.
Falta de apoio e rede de suporte
O burnout materno também pode ser agravado pela falta de apoio que muitas mulheres enfrentam no dia a dia. Em alguns casos, não há um cônjuge para dividir as responsabilidades com a criação do filho, o que torna a rotina ainda mais desgastante.
Mesmo quando existe parceria, muitas vezes não há participação efetiva nos cuidados com a criança. Além disso, é comum que o casal não conte com uma rede de apoio familiar ou social capaz de oferecer a ajuda necessária.
Somado a isso, há a cobrança constante da sociedade — e até de pessoas próximas — sobre o papel da mãe. Profissionais que decidem dar continuidade à carreira, mesmo após a maternidade, frequentemente são julgadas por essa escolha.
Esse conjunto de julgamentos, ausência de empatia e sobrecarga gera um sentimento intenso de culpa, deixando a mulher dividida entre o desejo de seguir sua profissão e a expectativa de estar disponível em tempo integral para o filho. Essas duas dimensões da falta de apoio estão entre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento do burnout materno.
Sono insuficiente e acúmulo de tarefas
Nesse contexto, podem ser observadas duas realidades distintas. A primeira está relacionada aos cuidados noturnos com a criança. Durante a madrugada, a mãe precisa atender às necessidades do filho e, no dia seguinte, seguir com a rotina profissional. A falta de horas de sono acumulada gera cansaço acima do normal e favorece a exaustão, já que o corpo não consegue se recuperar adequadamente do desgaste diário.
A segunda realidade está ligada à sobrecarga e ao acúmulo de tarefas. Muitas mulheres sacrificam o período de descanso para dar conta do trabalho, organizar a casa ou cumprir outras responsabilidades. Como consequência, o tempo de sono é constantemente reduzido, comprometendo a saúde física, mental e emocional.
Quais são os sintomas do burnout em mães que trabalham fora?
O burnout materno manifesta-se por meio de diferentes sinais físicos, emocionais e comportamentais. A seguir, confira os três sintomas mais comuns.
Exaustão extrema
A mulher passa a sentir uma exaustão constante, que vai muito além de um simples cansaço resolvido com algumas horas extras de sono ou um fim de semana de descanso. Trata-se de uma fadiga persistente, que afeta corpo e mente, e muitas vezes leva ao sedentarismo devido à falta de disposição para realizar atividades físicas ou de lazer.
Irritabilidade e alterações de humor
A irritabilidade surge sem motivo aparente e se reflete na falta de paciência até mesmo para lidar com situações simples do cotidiano. A mulher passa a demonstrar maior sensibilidade emocional, como se estivesse constantemente com os “nervos à flor da pele”, prestes a explodir diante de pequenos estímulos.
Dificuldade de concentração
A dificuldade de concentração é outro sintoma frequente. Tarefas simples, inclusive as relacionadas ao trabalho, parecem mais desafiadoras. Como corpo e mente estão constantemente cansados — muitas vezes agravados pela falta de sono —, a cognição é prejudicada, reduzindo a atenção e a capacidade de foco.
Além disso, o burnout materno também pode se manifestar por meio de sinais como:
- Insônia;
- Distanciamento emocional dos filhos;
- Sensação de ineficiência no papel materno;
- Perda de prazer em atividades diárias;
- Estresse prolongado;
- Sentimento constante de culpa;
- Pessimismo excessivo;
- Cansaço mesmo após o repouso;
- Percepção de fracasso;
- Sensação de impotência;
- Baixa autoestima;
- Tristeza;
- Medo;
- Insegurança.
Como prevenir e lidar com o burnout materno?
Uma das medidas mais importantes para evitar o burnout materno é não assumir sozinha todas as responsabilidades. É essencial buscar apoio — de familiares, amigos ou profissionais — para delegar e compartilhar tarefas, em vez de tentar dar conta de tudo.
A rede de apoio é indispensável para equilibrar maternidade e vida profissional. Dividir responsabilidades não deve ser motivo de culpa ou sensação de incapacidade, mas sim reconhecido como uma estratégia inteligente para reduzir a sobrecarga.
Outro ponto crucial é estabelecer limites e aprender a dizer “não” sempre que necessário. Ninguém consegue atender a todas as expectativas, e impor barreiras saudáveis garante tempo para descanso e autocuidado.
Esse autocuidado deve ser prioridade: inclui tanto práticas essenciais do dia a dia, como alimentação e sono adequados, quanto momentos de relaxamento e prazer — meditação, leitura, música ou hobbies que renovem as energias.
Também é fundamental cultivar a autocompaixão. Ser paciente consigo mesma, reconhecer limites e aceitar que não é preciso ser perfeita em tudo ajuda a aliviar a cobrança excessiva e fortalece a saúde emocional.
Ainda, o acompanhamento psicológico pode fazer toda a diferença. Buscar ajuda profissional é válido para compreender melhor os próprios sentimentos, enfrentar os desafios da maternidade e equilibrar os diferentes papéis da vida. Esse suporte torna-se ainda mais importante quando os sinais de esgotamento já estão presentes.
Vale lembrar que a sociedade ainda impõe uma carga desproporcional de julgamentos sobre as mulheres, tentando ditar o que elas devem ou não fazer. Blindar-se dessas pressões externas é essencial para viver a maternidade de forma mais tranquila, aproveitando os filhos sem abrir mão da carreira.
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Referências
- AMIL One. Burnout materno: o peso da sobrecarga e exaustão das mães. Acessado em fevereiro de 2025, em https://www.amilone.com.br/noticias/burnout-materno-o-peso-da-sobrecarga-e-exaustao-das-maes/
- DOCWAY. Mommy burnout. Acessado em fevereiro de 2025, em https://docway.com.br/mommy-burnout/
- JORNAL USP. Sobrecarga de atividades no início da maternidade pode acarretar em síndrome de burnout. Acessado em fevereiro de 2025, em https://jornal.usp.br/radio-usp/sobrecarga-de-atividades-no-inicio-da-maternidade-pode-acarretar-em-sindrome-de-burnout/
- METRÓPOLES. Burnout materno: sinais de alerta. Acessado em fevereiro de 2025, em https://www.metropoles.com/saude/burnout-materno-sinais-de-alerrta
- VEJA. Pesquisa exclusiva: nove em 10 mães sofrem burnout parental no Brasil. Acessado em fevereiro de 2025, em https://veja.abril.com.br/comportamento/pesquisa-exclusiva-nove-em-10-maes-sofrem-burnout-parental-no-brasil
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